O Itaú Unibanco diminuiu seu índice de inadimplência, considerando os atrasos acima de 90 dias, pelo 11º trimestre consecutivo, de 3,1% em dezembro para 3,0% ao final de março. Com isso, o indicador renovou o menor valor desde a fusão entre o Itaú e o Unibanco, ocorrida em 2008, conforme relatório que acompanha as demonstrações financeiras da instituição.
Em um ano, os calotes do Itaú caíram 0,5 ponto porcentual. Se desconsiderado o efeito da variação cambial, segundo a instituição, esse indicador teria permanecido estável em relação ao trimestre anterior. “Nossa estratégia de redução de risco na concessão de crédito, iniciada em 2011, impactou no índice de inadimplência, influenciado principalmente pela mudança do perfil de crédito de nossa carteira”, justifica o banco no relatório.
A melhora no indicador de 90 dias foi puxada por menores calotes da pessoa física. O índice de inadimplência deste público baixou de 4,7% em dezembro para 4,5% em março. Em um ano, a melhora chegou a 0,9 ponto porcentual. Já na pessoa jurídica, os calotes permaneceram estáveis em 1,8% no trimestre, com queda de 0,1 ponto porcentual. no comparativo anual.
A inadimplência de curto prazo do Itaú, que compreende atrasos entre 15 a 90 dias, porém, subiu 0,4 ponto porcentual no primeiro trimestre ante os três meses anteriores, para 2,9%. Neste caso, pesaram tanto maiores calotes na pessoa física quanto na jurídica. Ambos os segmentos apresentam piora de 0,3 ponto porcentual, para 4,1% e 1,8%, respectivamente.
As despesas com provisões para devedores duvidosos do Itaú, as chamadas PDDs, foram a R$ 5,515 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 19,5% ante o trimestre anterior, de R$ 4,614 bilhões. Em um ano, quando estavam em R$ 4,252 bilhões, esses gastos cresceram 29,7%.
O aumento dos gastos com calotes no primeiro trimestre, segundo o Itaú, ocorreu, principalmente, por conta da continuidade no reforço de provisionamento no segmento de grandes empresas. “Além disso, as receitas de recuperação de créditos baixados como prejuízo, que são sazonalmente menores no primeiro trimestre do ano, apresentaram redução de 20,3% em relação ao período anterior e atingiram R$ 1,060 bilhão no trimestre atual”, acrescenta o Itaú.
O Itaú revisou para cima a expectativa para as despesas com PDDs neste ano. O banco espera que esses gastos fiquem entre R$ 15 bilhões e R$ 18 bilhões e não mais entre R$ 13 bilhões e R$ 15 bilhões.
Ao final de março, o saldo de PDDs do Itaú estava em R$ 28,354 bilhões, aumento de 5,2% ante dezembro, de R$ 26,948 bilhões. No comparativo anual, quando estava em R$ 25,042 bilhões, a elevação foi de 13,2%.
Receitas de serviços
As receitas de prestação de serviços do Itaú Unibanco considerando as operações de seguros totalizam R$ 8,349 bilhões de janeiro a março, montante 12,5% maior que o registrado no mesmo intervalo do ano passado, de R$ 7,423 bilhões. O banco elevou a projeção para o crescimento desta linha neste ano e espera que tais ganhos avancem de 9,5% a 11,5% ante previsão inicial de 9% a 11%.
Se não consideradas as com os resultados de seguros, as receitas do Itaú chega a R$ 6,867 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 13,4% em um ano. Em relação aos três meses anteriores, foi identificada elevação de 0,6%.
Os destaques de crescimento nas receitas durante o primeiro trimestre foram, conforme relatório que acompanha as demonstrações financeiras do Itaú, serviços de conta corrente (aumento de 23,5%), operações de crédito e garantias prestadas (15,4%) e cartões de crédito (10,9%). Com menor crescimento, estiveram administração de recursos (1,5%) e serviços de recebimentos (0,8%). O aumento da linha “outros” ficou em 23,0%.
Despesas não decorrentes de juros
As despesas não decorrentes de juros do Itaú Unibanco, que incluem gastos como administrativos e de pessoal, alcançaram R$ 9,881 bilhões de janeiro a março, cifra 9,3% maior que a registrada no mesmo período do ano passado, de R$ 9,039 bilhões. Na comparação com o quarto trimestre de 2014, foi vista retração de 2,3%.
“Essa redução é explicada basicamente pela redução de 7,7% nas despesas administrativas principalmente por maiores despesas com serviços de terceiros no quarto trimestre de 2014”, explica o Itaú.
O banco destaca que, caso sejam desconsideradas as despesas das operações no exterior, afetadas pela desvalorização do real frente outras moedas, as despesas
teriam recuado 4,2% em relação ao quarto trimestre de 2014 e crescido 7,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Itaú elevou suas expectativas para o crescimento das despesas não decorrentes de juros neste ano. O banco espera que esses gastos cresçam de 7,0% a 10,0% e não mais de 6,5% a 8,5%.
As despesas de pessoal do Itaú somaram R$ 4,514 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 17,0% em um ano e de 2,0% na comparação com os três meses anteriores. Já os gastos administrativos cresceram 5,4% e caíram 7,7%, respectivamente, para R$ 3,927 bilhões. As despesas operacionais totalizaram R$ 1,274 bilhão, queda de 3,9% em um ano e leve alta de 0,1% no trimestre.
O número de colaboradores do Itaú foi reduzido de 93.175 ao final do quarto trimestre de 2014 para 92.757 ao término de março. Em um ano, foram cortados 2.152 funcionários.