O Itaú Unibanco reduziu seu índice de inadimplência, considerando os atrasos acima de 90 dias, pelo nono trimestre consecutivo ao baixá-lo para 3,2% no terceiro trimestre ante 3,4% nos três meses anteriores. Novamente, o indicador alcançou o menor valor desde a fusão entre o Itaú e o Unibanco, conforme relatório que acompanha as demonstrações financeiras da instituição.
A continuidade da retração dos calotes, segundo o banco, foi influenciada, principalmente, pela mudança do perfil de crédito da carteira. Desconsiderando o impacto da variação cambial na carteira de crédito, o indicador de inadimplência acima de 90 dias total teria atingido 3,3%, de acordo com o Itaú.
A redução no trimestre foi possível graças ao índice de inadimplência da pessoa física que passou de 5,2% ao final de junho para 5,0% no término de setembro. Já os calotes das pessoas jurídicas permaneceram estáveis em 1,8%.
Também melhorou o indicador de curto prazo, que considera os calotes de 15 a 90 dias. Este índice encerrou o terceiro trimestre do ano em 2,6% ante 2,7% no segundo. Na pessoa física, passou de 4,6% para 4,2%. Já na pessoa jurídica, subiu de 1,2% para 1,3%.
As despesas com provisões para devedores duvidosos do Itaú, as chamadas PDDs, totalizaram R$ 4,741 bilhões de julho a setembro, elevação de 6,2% ante os três meses anteriores. Em um ano, quando esses gastos estavam em R$ 4,537 bilhões, apresentaram aumento de 4,5%. Nos primeiros nove meses do ano, as despesas com PDDs totalizaram R$ 13,457 bilhões, recuo de 6,5% ante igual intervalo de 2013, de R$ 14,388 bilhões.
O resultado de créditos de liquidação duvidosa, que desconta as receitas de recuperação no terceiro trimestre, foi de R$ 3,343 bilhões, aumento de 3,5% ante o trimestre anterior, de R$ 3,231 bilhões. As receitas de recuperação totalizaram R$ 1,397 bilhão, expansão de 13,3%.
O saldo de PDDs do Itaú alcançou R$ 25,258 bilhões ao final de setembro, incremento de 2,9% ante a cifra vista no término de junho, de R$ 24,547 bilhões. Em um ano, quando o saldo de PDDs estava em R$ 25,653 bilhões, registra queda de 1,5%.
Segundo o Itaú, o saldo da provisão complementar à mínima requerida pela resolução permaneceu com o montante de R$ 5,217 bilhões. “Este saldo inclui as provisões constituídas para o saldo de avais e fianças, que totalizavam R$ 253 milhões ao final do terceiro trimestre de 2014″, acrescenta a instituição”.
Basileia
O índice de Basileia consolidado operacional do Itaú Unibanco encerrou setembro em 16,6%, aumento de 0,6 ponto porcentual ante o indicador visto ao final de junho, de 16%. Em 12 meses, porém, foi vista retração de 1,4 ponto porcentual. Mesmo com o recuo no comparativo anual, o indicador está acima do mínimo exigido pelo Banco Central, de 11%. O Basileia mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital.
“O crescimento no trimestre ocorreu principalmente, em função da geração de resultados, que provocou aumento de 3,9% no Patrimônio de Referência, e do baixo crescimento da exposição total ponderada pelo risco que foi 0,3% maior que no segundo trimestre”, explicou o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
A Basileia da instituição, conforme o documento, aponta um excesso de capital de R$ 42,1 bilhões, o que permite a expansão de até R$ 382,4 bilhões em ativos de crédito, considerando a ponderação pelo risco de 100%. Do indicador registrado no terceiro trimestre, 12,1% correspondem ao capital de nível I, de melhor qualidade. Os outros 4,5% equivalem ao capital de nível II.
O Itaú também divulgou uma estimativa para o índice considerando as novas regras de capital, batizadas de Basileia III. Caso o banco as aplicasse integralmente, considerando a base de capital atual, o capital principal (Common Equity Tier I) seria de 11,6% ante 11,0% no segundo trimestre.
O patrimônio de referência do Itaú somou R$ 124,724 bilhões ao final de setembro, alta de R$ 4,690 bilhões em relação a junho. Esse aumento ocorreu, de acordo com o banco, em função do crescimento no Patrimônio de Referência Nível I. Em um ano, o crescimento foi de R$ 1,786 bilhão.