O Índice de Tendência Econômica da FACAMP (ITE/FACAMP) subiu 1,0 na passagem de janeiro para fevereiro de 2022, já descontados os efeitos sazonais. Trata-se do terceiro crescimento seguido na margem, fato que melhorou os resultados da média móvel trimestral (0,5 ante -0,1 em dezembro de 2022), principal indicador da tendência de curto prazo. Nas demais bases de comparação também houve melhora dos resultados em janeiro: o crescimento acumulado em 12 meses avançou de +0,5% para +0,9% e o crescimento ante o mesmo mês de 2022 passou de 1,9%% para +3,8%.
O resultado positivo reforça a tendência de recuperação da atividade econômica em 2023, puxada, neste primeiro momento, por dinamismos localizados da atividade econômica, como o crescimento no setor agropecuário, e pelo setor externo, com a recuperação da economia chinesa. O alongamento do horizonte temporal dos agentes, com o fim do período eleitoral, também contribuí para a recuperação da atividade econômica. Por outro lado, a desaceleração da demanda interna, estimulada pelos juros elevados e pelo fim dos pacotes de curto prazo (PEC Kamikaze) do governo Bolsonaro, contribui negativamente para os resultados da indústria, comércio e serviços. Tais desempenhos, por sua vez, geram efeitos negativos sobre o mercado de trabalho, explicitados pelo aumento da taxa de desocupação em janeiro e fevereiro, embora haja crescimento no rendimento médio.
Neste contexto, a persistência desta recuperação nos dois primeiros meses do ano depende da reversão dos resultados negativos da demanda interna. A política fiscal, principalmente por meio do novo Bolsa Família, pode gerar efeitos de curto prazo, porém outros programas, como o Minha Casa, Minha Vida e os pacotes de investimentos públicos começarão a gerar efeitos somente a partir do segundo semestre de 2023 e 2024. O anúncio da nova regra fiscal e os resultados positivos da inflação, por sua vez, podem abrir espaço para uma queda da Selic, contribuindo para uma melhora de cenário interno.
As incertezas para 2023 seguem altas. "O grau de dificuldade do novo governo para equacionar a bagunça fiscal gerada pelo governo Bolsonaro, evitar uma crise de crédito e, ao mesmo tempo, retomar uma agenda de investimentos será determinante para a magnitude do crescimento econômico neste ano" afirma o Professor Saulo Abouchedid, da FACAMP
A média móvel trimestral avalia o resultado da variação do último trimestre móvel, ou seja, compara a média dos últimos três meses, incluindo o mês atual, com a média dos três meses anteriores ao mês corrente. Por considerar a média do último trimestre móvel, seu resultado acaba sendo mais suave e capaz de captar uma tendência menos volátil da série a analisada.
– A média móvel trimestral avalia o resultado da variação do último trimestre móvel, ou seja, compara a média dos últimos três meses, incluindo o mês atual, com a média dos três meses anteriores ao mês corrente. Por considerar a média do último trimestre móvel, seu resultado acaba sendo mais suave e capaz de captar uma tendência menos volátil da série a analisada.
– O ITE/FACAMP é calculado a partir do consumo de energia tomando informações públicas disponibilizadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O ITE possui um coeficiente de correlação de Pearson (r) de 0,84 ante o IBC-br do Banco Central em janeiro de 2032. Em relação ao PIB, o coeficiente de correlação é de 0,79 no quarto trimestre de 2022. Para mais detalhes sobre a metodologia do ITE/FACAMP, veja <a href="https://www.facamp.com.br/pesquisa/economia/nec-facamp/" target=_blank><u>https://www.facamp.com.br/pesquisa/economia/nec-facamp</u></a>
O <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, publica o indicador entre os dias 10 e 15 de cada mês.