O Índice de Tendência Econômica da Facamp (ITE-Facamp) avançou 0,2% na margem em janeiro, na série com ajuste sazonal, após alta de 0,3% em dezembro. Foi o segundo avanço consecutivo no indicador, após acumular quedas entre agosto e novembro de 2022.
O resultado levou a média móvel trimestral do ITE-Facamp a um recuo de 0,1% em janeiro, ante queda de 0,3% em dezembro. No acumulado em 12 meses o crescimento avançou de 0,3% em dezembro para 0,5% em janeiro. Já na comparação com o primeiro mês de 2022, o indicador cresceu 1,9%.
Em relatório, os pesquisadores do Núcleo de Estudos de Conjuntura (NEC) da Facamp afirmam que o comportamento do ITE pode apontar para o início de uma recuperação, após a desaceleração observada no segundo semestre de 2022. Na avaliação dos pesquisadores, a velocidade dessa recuperação vai depender da execução do programa econômico do novo governo, como o novo arcabouço fiscal, e a melhora nas condições de crédito.
Em relação aos resultados de janeiro, os economistas da Facamp destacam que a alta foi puxada novamente pelo setor de serviços, enquanto a indústria apresentou estabilidade, refletindo a cautela dos empresários diante das medidas da política econômica a serem apresentadas pelo novo governo.
No relatório, a Facamp ainda destaca que, pelo lado da demanda, vetores como o endividamento das famílias, juros altos e recuperação lenta do rendimento médio "tornam ainda mais nebulosa" a recuperação econômica. Já do lado das empresas, a dificuldade do setor varejista, com a possibilidade de crise de crédito, diminui a predisposição dos bancos a emprestarem, o que dificulta a decisão de gastos por parte dos empresários, avaliam os pesquisadores.
"O grau de dificuldade do novo governo para equacionar a bagunça fiscal gerada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, evitar uma crise de crédito e, ao mesmo tempo, retomar uma agenda de investimentos será determinante para a magnitude do crescimento econômico neste ano" afirma o professor da Facamp Saulo Abouchedid.
Segundo a Facamp, o ITE tem coeficiente de correlação de Pearson (r) de 0,84 ante o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-br) em janeiro de 2023. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o coeficiente de correlação é de 0,79% no quarto trimestre de 2022.