O Índice de Tendência Econômica da Facamp (ITE-Facamp) avançou 0,3% na margem em dezembro, na série com ajuste sazonal, após ter contraído 0,9% em novembro. Foi a primeira alta do indicador após quatro quedas consecutivas.
O resultado levou a média móvel trimestral do ITE-Facamp a uma queda de 0,4% em dezembro.
No acumulado de 2022, o índice teve alta de 0,3%, ante crescimento de 9,0% em 2021.
Em relação a dezembro de 2021, o ITE-Facamp caiu 1,3%, após recuo de 0,9% em novembro, na mesma base de comparação.
Em relatório, os pesquisadores do Núcleo de Estudos de Conjuntura (NEC) da Facamp afirmam que o comportamento do ITE aponta para um quadro de estagnação da economia, com os impactos recessivos dos juros altos se sobrepondo aos efeitos positivos da injeção de dinheiro na economia pelo governo federal e a recuperação no nível de emprego e renda.
"Em dezembro de 2022 também constatamos a estagnação da produção industrial e um forte recuo do varejo, o que reforça a convicção de que a economia precisa de estímulos adicionais para voltar a crescer", afirma o professor da Facamp Rodrigo Sabbatini. "Num quadro de juros altos e incertezas globais elevadas, também não convém apostar muitas fichas num cenário de retomada importante do investimento privado e das exportações", reforça o professor José Augusto Ruas.
De acordo com os pesquisadores, a retomada das atividades econômicas da China não deve, por si só, alterar essa tendência de estagnação, que só poderá ser revertida em caso de reversão da política monetária restritiva, políticas ativas de apoio ao investimento e aumento do rendimento real do trabalhador.
Segundo a Facamp, o ITE tem coeficiente de correlação de Pearson (r) de 0,84 ante o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-br). Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o coeficiente de correlação é de 0,79 no terceiro trimestre de 2022.
O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) publica o indicador entre os dias 10 e 15 de cada mês.