A viagem pós-pandemia de coronavírus é esperada por muitas pessoas, visto o número de viagens canceladas ou mesmo adiadas. O setor de turismo foi um dos mais atingidos pela pandemia e, consequentemente, irá impactar as viagens para os próximos meses. Assim, pairam dúvidas de quando será possível o retorno das viagens pela Europa.
A verdade é que ainda não há como prever quando a situação será normalizada. Segundo a advogada Dra. Aline Fortuna Augusto de Jesus, especialista em Direito do Trabalho e Direito Internacional, além de proprietária da assessoria Minha Cidadania Europeia (@minhacidadaniaeuropeia), “enquanto não houver um tratamento ou uma vacina, os países não abrirão suas fronteiras totalmente e manterão o isolamento social”.
Os países, com maior rigidez, estão controlando suas fronteiras. O Brasil está no rol de países com Restrição Temporária para viagens não essenciais. A União Europeia obedece a parâmetros da situação epidemiológica do país de origem do viajante para permitir ou não a entrada dessa pessoa: número de novas infecções no país e se a pandemia está se expandindo ou se foi controlada.
Quando poderemos viajar para a Europa?
O Ministério da Saúde no Brasil orienta que viagens internacionais sejam realizadas apenas em caso de necessidade. Atualmente, a maioria dos países sujeita os passageiros à triagem médica e à quarentena de até 14 dias.
“Não há previsão de abertura das fronteiras da Europa para brasileiros, pois além de o Brasil ser considerado um país de risco, a segunda onda de contágio nos países europeus exigiu novas restrições e fechamentos de fronteiras. Porém, há alguns países, casos de Eslovênia e Reino Unido, que permitem a entrada de brasileiros, desde que sejam respeitadas algumas regras, como a quarentena”, disse a Dra. Aline.
No Reino Unido, por exemplo, o viajante deverá cumprir a quarentena por 14 dias, dentro de um hotel no país, dentre outras regras.
Apesar das boas novas em relação às vacinas contra o coronavírus, ainda não há como determinar quando poderemos viajar como antes. Enquanto isso, a solução é aguardar e viajar apenas se realmente for necessário – sempre respeitando as medidas de segurança.
Economia
Além da questão sanitária, há também um problema econômico para o brasileiro que deseja viajar para a Europa. Com a pandemia, o Brasil foi o país com a moeda mais desvalorizada entre os emergentes no ano de 2020. O real é a moeda que mais oscila no mundo atualmente.
Basicamente, a regra é a mesma para toda moeda, não só para o real: quando muitos a querem, o preço sobe. Da mesma forma, quando poucos a querem, o preço cai. Lei da oferta e da demanda.
“O primeiro ponto para explicar a baixa do real é a maturidade do mercado europeu e a segurança que a economia europeia transmite. Acontece o mesmo com a americana. Mesmo em um período de crise mundial, as economias dos países do primeiro mundo têm recursos mais estruturados. Em momentos como o atual, é normal que investidores estrangeiros deixem de investir em países considerados de risco, como o Brasil, e apliquem seus recursos em economias mais sólidas”, explicou a advogada.
Uma das práticas comuns dos investidores estrangeiros é pegar dinheiro emprestado em um país que tem taxas de juros baixas (como Europa e EUA, por exemplo) e aplicá-lo em outro país, com taxa de retorno maior nos investimentos.
Em resumo, quando a taxa de juros no Brasil fica baixa, o país deixa de ser atrativo para quem objetiva a rentabilidade da renda fixa. A saída do dinheiro se justifica porque o Brasil não é uma economia madura. Assim, explica-se a desvalorização do real frente às moedas da Europa e Estados Unidos.
Atente-se às promoções
Durante a pandemia, muitos hotéis, para recuperar os efeitos econômicos da pandemia, ofereceram redução nas tarifas, de 40% a 60%, nos valores praticados em situações de normalidade.
“Não há como prever o comportamento do mercado de turismo no pós-pandemia, mas as passagens aéreas e hotéis continuarão respondendo à oferta e à demanda. Nesse patamar, entre setembro e novembro deste ano, verificamos aumento dos valores. E deve seguir assim com a vacinação em massa contra o coronavírus, quando as pessoas estarão mais encorajadas a retomar suas vidas”, finalizou a especialista.