Duas pessoas morreram e três ficaram feridas no sábado, 19, nono dia consecutivo de confrontos entre policiais e traficantes na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. Ao todo, já são sete mortes e sete feridos desde o primeiro enfrentamento.
De acordo com o Comando de Polícia Pacificadora (CPP), policiais checavam uma denúncia na região conhecida como Buraco do Lacerda, por volta das 14h de sábado, quando foram atacados. No entanto, o CPP informou, em nota que “não houve confronto envolvendo policiais das UPPs Jacarezinho e Manguinhos na noite de sábado e madrugada desse domingo”.
Os feridos foram socorridos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, um homem de 25 anos e uma mulher de 50 anos não resistiram aos ferimentos e morreram.
Baleada na cabeça, uma mulher de 22 anos foi transferida para o Hospital Municipal Salgado Filho, na zona norte, onde passou por uma neurocirurgia. Ela segue estável. Um homem de 36 anos e uma mulher, ambos com ferimentos leves, foram liberados.
Os seguidos confrontos no Jacarezinho começaram no dia 11 de agosto, quando o policial civil Bruno Guimarães Buhler, de 36 anos, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi baleado. Atingido no pescoço, ele foi socorrido ao Hospital Geral de Bonsucesso (zona norte), mas morreu durante o atendimento.
Buhler participava de operação da Polícia Civil e da Força Nacional contra o roubo de cargas e o tráfico de drogas em Manguinhos e no Jacarezinho. Entre as quinze pessoas presas, estava um homem considerado pela Polícia o maior receptador de cargas roubadas na região. Também foram apreendidos 38 veículo roubados, além de grande quantidade de drogas.
Na mesma ocasião, dois moradores – entre eles um menino de 13 anos – foram atingidos. Desde a morte do policial, a Core tem feito incursões diárias na favela.
Na terça-feira, 15, um morador morreu atingido por uma bala perdida, uma mulher foi ferida no rosto e um veículo blindado da Polícia Civil conhecido como “Caveirão” foi atacado e incendiado por criminosos durante uma operação policial na favela. Um helicóptero da Polícia Civil, que dava apoio à ação, teve de pousar duas vezes, por suspeita de que tivesse sido atingido por tiros. Nenhum disparo, porém, acertou a aeronave.