Estadão

Janaína Paschoal acusa Datena de propaganda antecipada no Brasil Urgente

Declarações do apresentador José Luiz Datena no programa Brasil Urgente, da <i>TV Bandeirantes</i>, foram apontadas como possível propaganda eleitoral antecipada pela deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB), que é sua adversária na disputa por uma cadeira no Senado por São Paulo.

Na edição do último sábado, 4, Datena afirmou: "Povão está falando muito que eu vou deixar a pré-candidatura ao Senado. Estão falando porque estão com medo de eu ganhar. Hoje eu seria eleito senador da República por São Paulo, porque em todas as pesquisas eu estou na frente."

O apresentador acrescentou que deve subir no palanque de Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome apoiado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para o governo do Estado.

Mais cedo, Datena havia publicado, em suas redes sociais, três vídeos que sinalizavam uma desistência da disputa. No programa Brasil Urgente, porém, ele afirmou que as postagens foram interpretadas erroneamente e que segue com a pré-candidatura.

Em outro momento do programa, próximo ao encerramento da edição, ele retornou ao assunto: "Confirmo minha pré-candidatura ao Senado por São Paulo. Sou o primeiro colocado em todas as pesquisas aí. O povo parece que me quer. O que eu faço aqui (no programa), eu vou fazer onde eu estiver. Se porventura eu chegar a algum lugar, podem contar comigo que eu vou continuar descendo o cacete e sendo transparente. Não adianta querer me tirar, não. Eu estou confirmando a minha candidatura."

No domingo, 5, Janaina Paschoal foi às redes apontar o que ela disse considerar uma "injustiça" e cobrar uma atitude da emissora.

"Não obstante a consideração que tenho por Datena e pela Bandeirantes, não acho justo que ele use seu programa para fazer campanha antecipada. Já é difícil concorrer com alguém que está na TV por horas, diariamente. Mas não dá para admitir o uso desse poder, com menções expressas à votação", escreveu a deputada.

Janaina concorre com Datena não apenas à vaga no Senado, mas também pela preferência dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) nestas eleições.

Aliada do chefe do Executivo, ela declarou apoio à pré-candidatura de Tarcísio no início do ano, mas não foi cotada para a chapa estadual bolsonarista.

Após trocar farpas com outros nomes da direita, ela também não obteve o apoio do chefe do Executivo, que, a princípio, queria lançar a ex-ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) para a disputa no Estado.

A <i>TV Bandeirantes</i> foi procurada para comentar o episódio, mas não se manifestou até o fechamento deste texto.

Posso ajudar?