O Ministério de Finanças do Japão admitiu hoje que alterou documentos de um crescente escândalo relacionado à esposa do primeiro-ministro Shinzo Abe.
Os documentos forjados estão ligados à venda de um terreno público ao operador de escolas Moritomo Gakuen, em Osaka, por valor equivalente a um sétimo do preço avaliado, com suposta participação da primeira-dama Akie Abe, que apoia a política educacional ultranacionalista da escola.
O escândalo, que veio à tona há cerca de um ano, continua no radar apesar de uma grande vitória eleitoral de Abe, em julho do ano passado, uma vez que parlamentares de oposição continuaram a acompanhar o caso. Recentemente, um grande jornal local divulgou ter encontrado evidências de que o ministério alterou documentos depois que o escândalo se tornou público.
O ministro de Finanças, Taro Aso, admitiu que uma investigação conduzida pela pasta e promotores identificou alterações em 14 documentos. Segundo Aso, as mudanças, feitas entre fevereiro e abril do ano passado, foram feitas para que os documentos ficassem em linha com justificativas feitas por uma autoridade responsável pela venda do terreno, Nobuhisa Sagawa, em resposta a questões de parlamentares oposicionistas.
Posteriormente, Sagawa foi promovido à chefe da Receita Federal do país. Ele renunciou na última sexta-feira (09) e uma outra autoridade supostamente ligada ao caso teria se suicidado. Sagawa também admitiu ter destruído documentos.
Aso negou ter sofrido pressão política, mas se recusa a revelar de onde vieram as instruções para falsificar os documentos.
A oposição alega que houve pressão política na venda do terreno, mas Abe negou estar envolvido em quaisquer irregularidades em várias ocasiões. Por enquanto, não há indicação de que Abe ou sua esposa tenha cometido algum crime. Fonte: Associated Press.