O senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou neste sábado, 9, ter "convicção" de que as Forças Armadas do Brasil não darão um golpe em caso de derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro deste ano. O petista, que foi ministro da Defesa da ex-presidente Dilma Rousseff, confessou manter diálogo com militares e que, com eles, defende a tese de que não há condições internacionais para uma ruptura institucional.
"Não vai ter golpe e parem toda hora de ficar perguntando se vai ter golpe", afirmou, durante a Brazil Conference. "Tenho convicção de que militares não querem entrar numa aventura deste tipo", acrescentou.
<b>Lula e Alckmin</b>
Em uma série de acenos a tucanos históricos, o senador afirmou que sempre sonhou com a junção entre o PT e o PSDB "para um caminho novo na democracia". Ele defendeu ainda que não é incoerente uma chapa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB).
"A disputa eleitoral colocou em campos opostos os dois agrupamentos que eram uma novidade positiva pós-ditadura militar. Não acho que tenham ideias antagônicas", afirmou, na Brazil Conference, o senador petista, citando nomes de fundadores do PSDB, como Fernando Henrique Cardoso e Franco Montoro.
Na sequência, Wagner disse: "só conseguimos fazer a transformação social dos governos Lula e Dilma porque recebemos um Brasil bem melhor do que receberemos agora".
Sobre um eventual novo governo de Lula, Wagner disse que Alckmin "não foi convidado a ser figurante, foi convidado a ser parte do nosso governo". Na sexta-feira, 8, o petista e o neopessebista participaram de um ato que formalizou a indicação do ex-governador a vice-presidente na chapa do ex-presidente.