A fabricante de alimentos saudáveis paranaense Jasmine anunciou na quarta-feira, 27, a venda do controle para a empresa francesa Nutrition et Santé, subsidiária da farmacêutica japonesa Otsuka. O negócio saiu depois de mais de um ano de negociações entre a família proprietária do negócio e fundos de investimento e grupos internacionais.
A Jasmine, que faturou R$ 124 milhões no ano passado, vinha crescendo a taxas de pelo menos 20% ao longo da última década, segundo informações de mercado – só nos últimos três anos, a receita quase dobrou. A companhia, fundada há mais de 20 anos, teve origem ainda no fim dos anos 1970, quando Christophe Allain e sua mulher iniciaram um negócio de venda de marmitas “saudáveis”, ainda antes de o casal se mudar para Curitiba.
Por trás da compra da Jasmine está a intenção do grupo japonês de expandir seus negócios fora do setor de remédios – que é bastante regulado. Segundo fontes de mercado ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a estratégia de diversificação de empresas com presença no setor farmacêutico é comum. A Johnson & Johnson, por exemplo, tem um forte setor de medicamentos vendidos sem receita, além de atuar ainda nas áreas de cosméticos e de suplementos alimentares.
Apesar de ser ainda um negócio relativamente pequeno, o atrativo da Jasmine para o grupo japonês foi a forte presença da empresa paranaense nas gôndolas de supermercados. Abrir espaço no varejo sem ajuda de uma companhia que tenha aberto espaço no varejo local é uma tarefa difícil para um novo entrante no Brasil, disse Samuel de Oliveira, diretor do BI&P – Banco Indusval & Partners, que assessorou a operação.
Outro fator positivo do mercado de alimentos ligados à saúde e ao bem-estar no Brasil, segundo Oliveira, está no potencial de crescimento dessa categoria de produtos, que só começou a cair no gosto da população nos últimos anos. Na Europa, as perspectivas são bem menores, uma vez que o mercado por lá é mais maduro.
Gestão
Oliveira, do Indusval & Partners, lembrou que, no exterior, ao comprar a Nutrition et Santé, a farmacêutica japonesa manteve os executivos anteriores na operação, estratégia que deverá se repetir agora no Brasil. “A Otsuka, apesar de ser listada em bolsa, ainda é uma empresa de dono e costuma valorizar os talentos locais.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.