A Jihad Islâmica, o Hamas e outros grupos radicais palestinos que atuam na Faixa de Gaza lançaram nesta quarta-feira, 10, 270 foguetes contra Israel. Os alvos foram as cidades de Tel-Aviv, Sderot, Ashdod e Ashkelon, no sul do país. A retaliação amplia o risco de uma escalada de violência na região e deve levar a novas operações militares nos territórios palestinos, segundo o governo de Israel.
"Estamos preparados para uma possível operação reforçada e ataques intensos em Gaza", afirmou o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu em uma reunião com autoridades no sul de Israel.
O ataque ocorreu um dia depois de uma operação da Força Aérea israelense ter matado 20 militantes no território palestino, entre eles três dos líderes do grupo. A maioria dos projéteis foi interceptada com sucesso pelo escudo antimísseis Domo de Ferro. Não há registro de feridos.
A nova fase da tensão entre israelenses e palestinos começou na semana passada, quando o Hamas disparou foguetes contra Israel, após a morte de um líder do movimento islâmico que passou mais de 80 dias em greve de fome em uma penitenciária israelense.
"O inimigo enfrentará dias escuros em caso de escalada dos ataques", disse a Jihad Islâmica em comunicado. "A resistência está pronta para todas as opções."
<b>Novos ataques em Gaza</b>
Hoje, pelo segundo dia, Israel bombardeou a Faixa de Gaza. Um dos alvos foi uma base de lançamento de foguetes da Jihad Islâmica. Além disso, caças atacaram atacar integrantes do movimento palestino em Khan Yunes, no sul do território. Segundo o ministério palestino da Saúde, ao menos seis pessoas morreram.
Nesta quarta-feira, os estabelecimentos comerciais de Gaza permaneceram fechados. Populares esperam uma nova ofensiva israelense. Os habitantes da região do enclave palestino se refugiaram em abrigos
"Eu sinto que uma guerra se aproxima. Há tensão e medo, seja aqui ou lá (em Israel)", declarou à AFP o palestino Monther Abdullah, de 50 anos.
No sul de Israel, escolas foram fechadas em um raio de 40 quilômetros ao redor de Gaza, segundo a rádio pública israelense. Amos Guetta, um morador de Askhelon, de 58 anos, disse que estava "angustiado e satisfeito por algo ter sido feito para impedir" os disparos de foguetes.
Na Cisjordânia, as forças israelenses mataram dois palestinos acusados de atirar contra soldados nesta quarta-feira.
<b>Repercussão</b>
O governo dos Estados Unidos pediu calma a todas as partes envolvidas no conflito. O emissário da ONU, Tor Wennesland, chamou de inaceitável a morte de civis na Faixa de Gaza.
A Liga Árabe, que realizou uma reunião extraordinária sobre o tema, condenou com veemência os "crimes generalizados israelenses".
Desde o início do ano, 132 palestinos morreram, assim como 19 israelenses, uma ucraniana e um italiano no conflito israelense-palestino, de acordo com um balanço da AFP baseado nos números oficiais divulgados pelas duas partes. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)