As jogadoras da seleção feminina de futebol usaram seus perfis pessoais nas redes sociais para divulgar uma mensagem contra o assédio e o abuso sexual, principalmente contra mulheres. O manifesto foi divulgado nesta sexta-feira, antes do amistoso contra a Rússia, em Cartagena, na Espanha.
"Dizer não ao abuso são mais do que palavras, são atitudes. Encorajamos que mulheres e homens denunciem. Nossa luta pelo respeito e igualdade vai além dos gramados. Hoje mais uma vez dizemos: não ao assédio", diz um trecho da nota. "Todos os dias no Brasil, milhares de pessoas são acometidas e desrespeitadas com cenas de assédio, seja moral ou sexual. Especialmente nós, mulheres."
São brasileiras e brasileiros, vítimas de abusos e atos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo mais justo.
Além das jogadoras, dirigentes também participam da ação, entre elas, Aline Pellegrino, coordenadora de competições femininas da CBF, e Duda Luizelli, coordenadora de seleções femininas.
Esta é a primeira manifestação das atletas depois do afastamento do presidente da CBF Rogério Caboclo após acusação de assédio sexual e moral. Uma funcionária da entidade protocolou uma denúncia na última sexta-feira, o que motivou a saída temporária do dirigente por 30 dias em decisão do Conselho de Ética da entidade. Em entrevista coletiva na última terça-feira, a técnica Pia Sundhage havia classificado o caso como "muito sério".
Na próxima segunda-feira, a equipe brasileira joga contra o Canadá, também em Cartagena. Esta é a última Data Fifa antes da disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio.