Os jogadores do Deportivo La Coruña fizeram um minuto de silêncio durante o treino desta segunda-feira em homenagem ao torcedor radical do clube morto em confronto com torcedores do Atlético de Madrid, domingo, na capital espanhola. Os atletas pararam as atividades e formaram um círculo no centro do gramado.
“Com o gesto, os jogadores mostram suas condolências e expressam apoio à família de Jimmy”, explicou o Deportivo, citando o apelido de Francisco Javier Romero Taboada, o torcedor que morreu por conta do conflito nos arredores do estádio Vicente Calderón, onde as duas equipes se enfrentaram na hora do almoço de domingo.
De acordo com o jornal espanhol El País, o confronto envolveu os “ultra” (como são chamados os hooligans na Espanha) do Atlético de Madrid e do Deportivo. De um lado, em maior número, os membros da Atletico Front, de extrema direita. Do outro, os galicianos Riazor Blues, de extrema esquerda, torcida da qual Taboada fazia parte.
Em ambos os grupos, torcedores armados com paus, fogos e barras de ferro, entre outros objetos usualmente usados em brigas de rua. Em menor número, os ultra do Deportivo bateram em retirada depois dos primeiros conflitos, mas alguns torcedores ficaram para trás. Foi o caso de Taboada.
Ainda segundo o El País, às 8h53, quatro minutos após o início da briga, os torcedores do Atlético tentaram jogar Taboada no Rio Manzanares, mas ele se agarrou ao muro. Foi diversas vezes agredido, até que se soltou. Fontes ouvidas pelo diário contaram que o torcedor ainda pediu ajuda por cerca de meia hora.
A polícia foi acionada por diversas pessoas, mas os guardas disseram que aguardavam por reforços. Quando retirado pelos bombeiros, Taboada já havia sofrido uma parada cardiorrespiratória. Ele morreu cerca de 5 horas depois, em um hospital de Madri. No total, 10 pessoas foram feridas de acordo com o El País (o Marca fala em 11) e 21 torcedores acabaram presos.
Nesta segunda-feira, os jornais esportivos de Madri cobraram o fim de violência. O DXT estampou “Basta já”, em uma capa toda preta. O AS ilustrou a primeira página com uma foto mostrando manchas de sangue no chão nos arredores do estádio e escreveu “A derrota do futebol”. Já o Marca sentenciou: “Chega de desculpas. Urge expulsar do futebol os (torcedores) violentos”.