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Jogar para quem?


Há anos vivemos um problema muito sério em nossa cidade: a falta de estrutura adequada para as unidades policiais, tanto da polícia militar quanto da polícia civil e dos órgãos de apoio como o instituto médico legal e as delegacias especializadas. Ano após ano, gestão após gestão, nossas autoridades promovem um verdadeiro “jogo de empurra’ que sempre começa com a “surpresa” de ter o conhecimento das precárias situações.


 


O Governo do Estado e a Prefeitura Municipal não se entendem e ao invés de solucionar os problemas, arrumam desculpas para desespero da população. Alguns exemplos: a base comunitária instalada no Bom Clima, construída pela comunidade para uma capacidade de efetivo de 20 policiais, se transformou em uma Companhia da Polícia Militar que conta com um efetivo de mais de 100 policiais. Pergunta: como um espaço físico projetado para 20 pode receber 100 policiais adequadamente? A construção de uma nova companhia se arrasta por anos com histórias de cessão de áreas, uso de parte da área de uma escola estadual, destinação de uma praça próxima para uma nova construção e tantas outras iniciativas que não saíram do papel e dos discursos.


 


Na Vila Galvão, Cumbica, Vila Augusta e nos Pimentas, as delegacias de polícia funcionam em prédios alugados pela Prefeitura. São estruturas precárias, mas pagas com recursos municipais! Este pagamento permite que o município “lave as mãos” com relação ao problema, pois sempre é mais fácil fazer coro junto com a população e divulgar que a cidade investe milhões de reais em algo que é obrigação do governo estadual. Ora, isso não é investimento e sim um gasto de recursos públicos em algo que não satisfaz a população e os agentes públicos que lá trabalham.


 


Precisamos de gestores com coragem para enfrentar esta situação. Por que não construir delegacias de polícia e unidades da polícia militar em imóveis próprios, bem localizados e projetados? Basta vontade, planejamento e principalmente acabar com este jogo de empurra da papelada para lá e para cá, articulado por políticos que esquecem que isso prejudica nossa população.


 


Faz parte do cenário deste jogo o lamentável afastamento da comunidade das discussões do tema segurança em Guarulhos. Acabaram com o Fórum de Segurança, com Conselho Municipal de Segurança, com o Grupo de Gestão Integrada Municipal e enfraqueceram os CONSEGs. A integração da comunidade com as autoridades hoje é só uma retórica.


 


Guarulhos merece mais investimentos na área de segurança pública. Investimentos em estruturas físicas adequadas e eficientes, bem planejadas, decididas após ouvir os profissionais de polícia e a comunidade. O governo estadual e municipal precisam se entender e tocar o projeto para frente, melhorando nossa cidade. Só continua neste “jogo de empurra” quem veste a camisa da incompetência!


 


Wilson Lourenço


Vice-presidente da RA-3 da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)

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