Por mais de duas horas, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) prestou depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal nesta segunda-feira, 26, sobre os ferimentos no seu corpo, descobertos por ela e seu marido, o médico Daniel França, no último dia 18.
A parlamentar não sabe explicar como os machucados aconteceram, mas suspeita que alguém se escondeu em seu apartamento durante o dia e a agrediu na madrugada a mando de um algoz. Essa pessoa seria um adversário político, segundo ela. O casal, no entanto, não descarta completamente a possibilidade de um acidente doméstico, envolvendo uma ou mais quedas.
Joice levou às autoridades um objeto encontrado em sua casa que, segundo ela, não é de ninguém do seu convívio. Ela não contou o que é, mas disse que não se trata de arma ou objeto cortante.
"Eu fui informada logo no início do caso pela Depol que a competência seria dela por ser dentro de um imóvel público. As ameaças de morte que eu sofro há mais de dois anos são investigadas em conjunto com a Polícia Civil de São Paulo e a Depol. Por conta de questionamentos da própria imprensa Por que não procurar a Polícia Civil? viemos procurar à Polícia Civil. E aí, quem vai dizer é o Ministério Público Federal. A competência é de seguir investigação só da Depol? Só da Polícia Civil? Ou das duas? Ministério Público Federal fará essa decisão", disse Joice ao deixar a delegacia.
A Polícia Civil deverá fazer perícias no apartamento de Joice e também no seu carro. Na semana passada, circulou uma notícia falsa que dizia que o Estadão tinha publicado reportagem informando que a deputada teria sofrido um acidente de carro após dirigir sob efeito de álcool. A mensagem com esse teor circulou em grupos públicos do Facebook e também em correntes de WhatsApp para atacar a parlamentar.
Ainda na delegacia nesta segunda-feira, Joice disse também que registrou um boletim de ocorrência contra o senador Styvenson Valetim (Podemos-RN) que fez um vídeo falando sobre os ferimentos dela, com insinuações sobre o que teria ocorrido.
A parlamentar conta que acordou no domingo, 18, em uma poça de sangue e com ferimentos pelo corpo no chão do closet no apartamento funcional onde mora em Brasília. Ela chamou o marido que a tratou seguindo procedimentos médicos de um trauma craniano. Dois dias depois, o casal foi ao hospital fazer exames. Ao receber os resultados, desconfiaram que apenas uma queda poderia causar aquela quantidade e intensidade de ferimentos e passaram a desconfiar de uma ação de terceiros, por isso, resolveram acionar a Polícia Legislativa, segundo eles relatam.
No domingo, 25, Daniel França, marido da deputada, falou com jornalistas e negou qualquer possibilidade de ter agredido a mulher. "Nunca agredi ninguém, nunca dei um tapa em ninguém, nem um murro em ninguém", disse o médico.
Da delegacia, Joice seguiu para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer corpo de delito.