Há 24 anos, neste mesmo 12 de setembro, morria o cantor sertanejo João Paulo, que fazia dupla com Daniel, em um acidente de carro às 2h15. Era sexta-feira e ele voltava de um show em São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo, com destino a Brotas, interior do Estado, e capotou o veículo na Rodovia dos Bandeirantes. O automóvel, um BMW preto, explodiu, e o corpo do artista foi encontrado carbonizado.
Neste domingo, Daniel prestou uma homenagem ao amigo ao publicar uma foto dele no <a href="https://www.instagram.com/p/CTuhknOF8lA/" target=_blank><u>Instagram</u></a>. "A única palavra para simbolizar esse dia é saudade! Parece que foi ontem e ao mesmo tempo uma eternidade sem você aqui! E lá se vão 24 anos meu amigo É difícil o dia que não lembro ou falo de você pra alguém! Saudade companheiro!", escreveu.
A morte do cantor, na época com 37 anos, comoveu todo o País e foi registrada nas páginas do Estadão, documentadas pelo Acervo Estadão. Confira, a seguir, alguns relatos do acidente.
<b> Acidente de carro mata João Paulo </b>
José Henrique dos Reis, nome verdadeiro do cantor João Paulo, estava acompanhando do segurança, Paulo César Pavarini, que estava no banco do passageiro e conseguiu escapar pela janela da porta de trás pouco antes da explosão.
"Ele foi levado ao Hospital e Maternidade Municipal de Jundiaí com uma luxação no braço direito, um corte atrás da orelha direita e hematomas por todo o corpo", noticiou o Estadão na edição de 13 de setembro de 1997. Naquele dia, a capa do jornal trazia um pequeno destaque sobre o caso.
Quase um mês após o acidente, um laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Guarulhos apontou que João estaria dirigindo sem cinto de segurança e a uma velocidade de 133 quilômetros por hora. Naquela época, o limite máximo era de 100 km/h.
"O documento de 80 págnias mostra também que não houve falha mecânica e que o acidente que provocou a morte do cantor foi causado por manobra errada do motorista", dizia reportagem de 11 de outubro de 1997.
Em 2014, o Tribunal de Justiça de São Paulo responsabilizou a BMW e o artista pelo acidente. "A perícia realizada no veículo não descartou problemas no pneu dianteiro, determinando a culpa da montadora no acidente", dizia reportagem na época. O relator designado no processo "reconheceu ainda a culpa concorrente de João Paulo pelo excesso de velocidade".
<b>Congestionamento e mais acidentes</b>
No dia do ocorrido, pessoas que passavam na altura do Km 40 da Rodovia dos Bandeirantes diminuíam a velocidade ou paravam os veículos para ver as marcas do acidente, o que provocou um congestionamento de um quilômetro nos dois sentidos. Outros acidentes também ocorreram por causa disso.
"Um caminhão tombou no canteiro esquerdo da pista, sentido São Paulo, depois de perder o controle ao deparar-se com os carros parados na estrada. Depois, seus carros chocaram-se, atrapalhando ainda mais o tráfego", noticiou-se na época.
No dia seguinte, um sábado, romeiros foram ao local prestar homenagens, deixar flores, recordações ou simplesmente ver como foi. "… um fã acabou morrendo atropelado quando atravessava a pista para chegar no canteiro central e deixr uma lembraça", diz o registro do Estadão em 15 de setembro de 1997. Na manhã do domingo, um caminhão bateu na traseira de um carro cuja motorista reduziu a velocidade para mostrar o local aos filhos.
Na segunda-feira seguinte ao acidente, por volta das 11h, "a empresa de Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) registrou quatro acidentes nas proximidades, envolvendo nove veículos e uma vítima leve". No geral, a Rodovia dos Bandeirantes estava registrando colisões diárias desde a morte do cantor e "até 15h30 foram 28 acidentes na rodovia, com cerca de 40 veículos danificados", conta a edição de 16 de setembro daquele ano.