José Carlos Peres foi afastado da presidência do Santos na noite desta segunda-feira. Em reunião virtual do Conselho Deliberativo do clube, houve 161 votos a favor do afastamento, seis contra e nove abstenções – era preciso de dois terços dos votos para aprovação. O vice Orlando Rollo, rachado com Peres desde 2018, assume o comando do Santos.
A votação do Conselho Deliberativo aprovou o parecer da Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), que considerava informações do Conselho Fiscal. O relatório apontava irregularidades nas contas do clube em 2019. Como Rollo não teve participação da gestão em 2019, ele não foi considerado "culpado".
O Conselho Deliberativo agora tem 60 dias para marcar uma assembleia entre os sócios para que seja votado o pedido de impeachment de Peres, que tem mandato até o fim desde ano. Ele foi eleito presidente no fim de 2017 e já enfrentou outros dois processos de impeachment, ambos em 2018 e recusados pelos sócios.
As irregularidades apontadas pelo Conselho Fiscal nas contas de 2019 são em relação a pagamento de comissões na transferência do atacante Bruno Henrique para o Flamengo, pagamentos de despesas pessoais de Peres com o cartão corporativo, entre outras. O Santos fechou 2019 com superávit de R$ 23,5 milhões, em razão da transferência da venda de Rodrygo para o Real Madrid.
Antes da reunião virtual do Conselho Deliberativo nesta segunda, Peres já havia se defendido na Comissão de Inquérito e Sindicância. Ele alega ter cancelado o cartão corporativo e devolvido a quantia gasta e nega o pagamento de comissão na venda de Bruno Henrique.
Peres vinha sendo alvo de protestos de torcedores do Santos e, na noite desta segunda-feira, não foi diferente. Dezenas de torcedores se reuniram em frente à Vila Belmiro para pedir a saída de Peres da presidência do clube.