O suíço Joseph Blatter e o francês Michel Platini, ex-presidentes da Fifa e da Uefa, respectivamente, foram formalmente indiciados pelo Ministério Público da Suíça por fraude, entre outros crimes, por um pagamento ilícito de 1,8 milhão (aproximadamente R$ 6,58 milhões) em 2011.
Os ex-dirigentes foram afastados de todas as atividades relacionadas ao futebol por seis e por quatro anos, precisamente, pelas suspeitas de corrupção que recaíram sobre eles desde 2015. Agora, aguardam pela decisão do Tribunal Federal de Bellinzona sobre a validação dos indícios e um consequente julgamento.
Blatter, de 85 anos, presidiu a Fifa entre 1998 e 2015, enquanto o francês Platini esteve no comando da Uefa entre 2007 e 2016. Na investigação, são suspeitos de terem combinado o pagamento ilícito por parte da Fifa ao então dirigente máximo da Uefa.
Platini teria recebido a quantia em 2011, alegando serviços prestados como conselheiro de Blatter entre 1998 e 2002. Ambos justificaram o pagamento tão diluído no tempo como fato de as finanças da Fifa, na altura, não permitirem remunerações tão elevadas como as acordadas entre Blatter e Platini.
"As provas recolhidas pela Procuradoria-Geral da República corroboram que este pagamento à Platini foi efetuado sem base legal. Este pagamento danificou ativos da Fifa e enriqueceu Platini ilegalmente. Na opinião do procurador-geral, os réus cometeram os crimes listados acima", informou o Ministério Público da Suíça.
Michel Platini era o nome mais forte para suceder Blatter na direção da Fifa. Eles ainda estão sob acusações de "gestão danosa, abuso de confiança e falsificação de documentos." De acordo com a legislação suíça, a fraude simples tem uma moldura penal de até cinco anos de prisão ou uma punição pecuniária.