Um jovem de 22 anos foi morto com um tiro no pescoço por um policial militar, que o confundiu com um assaltante, na zona norte do Rio. Wallace de Souza estava na garupa de uma moto, na Rua Gustavo Riedel, no Engenho de Dentro, quando viu um amigo na calçada e decidiu assustá-lo. Ele e o piloto da moto se aproximaram do rapaz e anunciaram um assalto, para pregar uma peça.
Um policial militar que passava pelo local viu a cena e achou que se tratava realmente de um roubo. Sacou a arma e disparou. O tiro atingiu Souza no pescoço. Ele morreu no local, antes da chegada do socorro. Souza era pai de uma menina de um mês de vida.
O policial militar que fez o disparo se apresentou espontaneamente à polícia. Ele teve a arma recolhida e foi afastado das ruas. O policial, lotado no 15.º Batalhão de Polícia Militar (Duque de Caxias), não teve o nome divulgado. A Delegacia de Homicídios abriu inquérito para investigar o caso.
Na quinta-feira, 5, um PM da UPP do Vidigal disparou em um adolescente de 16 anos ao confundir o skate que o rapaz segurava com uma arma. Ele estava com outros três amigos, sentados numa escadaria que dá acesso à mata, quando os PMs chegaram. O adolescente se assustou e escorregou, fazendo movimento brusco, na direção do skate.
Em depoimento, o policial disse que pensou que o rapaz fosse pegar uma arma e que a área é conhecida por ser frequentada por traficantes. O adolescente ficou ferido no braço direito.
Na semana anterior, dois jovens foram mortos a tiros por policiais militares que pensaram que o macaco hidráulico transportado por um deles fosse um fuzil. O mototaxista Thiago Guimarães, de 24 anos, transportava Jorge Lucas de Jesus Martins Paes, de 17, que carregava a ferramenta.
Um sargento do 4.º BPM (São Cristóvão) disparou ao imaginar se tratar de uma arma. A bala atravessou os corpos de Jorge Lucas e Guimarães. Eles bateram em um muro e morreram no local. A primeira filha de Guimarães deve nascer em dezembro.