Variedades

Jovens austríacos tocam Berg e Mahler na Sala São Paulo

A Orquestra Filarmônica Jovem de Viena faz dois concertos, nesta segunda-feira e terça-feira, na Sala São Paulo, sob a regência do maestro Michael Lessky. Foi dele a ideia, no fim dos anos 1990, de criar um grupo no qual jovens artistas austríacos pudessem desenvolver seus talentos – orientados por músicos mais experientes, de grupos como a filarmônica e a sinfônica de Viena. É uma forma, ele acredita, de celebrar a grande tradição musical austríaca – e levá-la adiante, com um repertório ambicioso.

Os dois concertos marcam o encerramento da temporada do Mozarteum Brasileiro. E têm o mesmo programa. Para abrir, a Abertura Waldmeister, de Johan Strauss II; na sequência, o Concerto para Violino de Alban Berg (com a violinista Albena Danailova); e, por fim, a Sinfonia n.º 4 de Gustav Mahler, com solos da soprano Lavinia Dames. Mais vienense impossível. “O segundo movimento da sinfonia de Mahler está repleto de ritmos inspirados na valsa e, no terceiro, ela é utilizada como uma espécie de reminiscência de uma vida melhor. E Berg também usa a valsa em todo o concerto, como símbolo da infância ou da descrição de Manon”, diz Lessky.

Para ele, a “elite” dos jovens músicos austríacos está representada na orquestra – o que não quer dizer que todos terão espaço, um dia, na mítica Orquestra Filarmônica de Viena. “Para muitos deles, é um sonho, mas eles sabem que será difícil conseguir, é um trabalho duro, sem tempo livre durante anos e anos. Jovens são diferentes hoje, o tempo de lazer é tão importante quanto o trabalho e, em Viena, há muitas possibilidades para bons músicos”, diz o maestro. “Mas nós temos uma relação próxima com a filarmônica, eles nos ajudam bastante a preparar os músicos.”

Atuação pedagógica

O Mozarteum Brasileiro terá sete atrações na sua série internacional de 2016. Entre os destaques estão o tenor Jonas Kauffman, que faz recital em agosto comemorando os 35 anos da entidade; o violoncelista Mischa Maisky; os pianistas Nelson Freire e Rudolf Buchbinder; e o violinista Gidon Kremer.

O Mozarteum também vai promover o 5.º Festival Música em Trancoso e a 2.ª Academia Canto em Trancoso, reforçando sua atividade pedagógica e oferecendo mais de 50 bolsas de estudo para instituições de todo o mundo. “É um caminho que há anos estamos pavimentando e que nos parece fundamental hoje: não apenas apresentar grandes concertos, mas também fomentar a formação de plateias e de novos artistas. Entendemos isso como parte de nossa responsabilidade”, diz Sabine Lovatelli, presidente do Mozarteum. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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