Estadão

Jovens com bagagem de veteranas, Swiatek e Gauff decidem título de Roland Garros

Elas são jovens, mas já têm bagagem de veteranas no circuito profissional. A polonesa Iga Swiatek, de 21 anos, e a americana Coco Gauff, de 18, vão decidir o título de Roland Garros às 10 horas deste sábado (horário de Brasília) com o mesmo objetivo: mostrar que chegaram ao topo do tênis mundial para ficar, apesar da juventude.

Atual número 1 do mundo, Swiatek é a grande favorita. E não somente por ocupar a liderança do ranking. Suas atuações dominantes no saibro do Grand Slam francês confirmam o grande momento que vive em sua carreira. Ela soma nada menos que 34 vitórias consecutivas e cinco troféus seguidos na temporada – pode se tornar a primeira com seis títulos em série desde a belga Justine Henin em 2007-08.

Se levantar a Taça Suzanne-Lenglen no sábado, a tenista da Polônia vai igualar a marca de 35 vitórias seguidas obtidas pela americana Venus Williams no ano 2000. "Parece óbvio para mim que esta série pode acabar logo. Então, estou apenas indo degrau por degrau. Não tenho nenhuma meta específica quanto a este número no torneio. Quero apenas desenvolver o meu jogo a cada partida. É algo que me dá muita esperança e orgulho de mim mesma", diz Swiatek.

Ela tem a seu favor, para empatar a sequência de Venus, um alto aproveitamento em finais: venceu as últimas oito que disputou. Uma delas foi realizada justamente em Roland Garros. Swiatek despontou no circuito ao se sagrar campeã em 2020. Ela foi a tenista com o pior ranking da história a vencer em Paris. Era a 54ª do mundo. Desde então, oscilou um pouco no circuito, mas assumiu a ponta do ranking neste ano em meio à sequência de vitórias.

No sábado, a polonesa tem a chance de confirmar a consistência que tanto almeja no circuito, marcado pela forte oscilação e alternância de títulos entre as tenistas. Nenhuma consegue se firmar no topo do ranking ou nos troféus de Grand Slam nos últimos anos. Se for campeã, Swiatek se tornará a primeira desde Serena Williams, campeã em 2013 e 2015, a faturar dois títulos em Roland Garros num intervalo de apenas três anos.

O torneio francês vem refletindo como poucos a irregularidade e a falta de consistência das tenistas favoritas. A competição francesa vem sendo palco constante do surgimento de novas campeãs nos últimos anos. Foram seis diferentes nas últimas seis temporadas.

Gauff, por sua vez, tenta se tornar a sétima campeã diferente. Ainda com idade de juvenil, ela já tem experiência razoável no circuito, apesar de disputar sua primeira final de Slam na carreira. Ela despontou em 2019, com apenas 15 anos, em Wimbledon. Na ocasião, superou o qualifying, a fase classificatória, e brilhou na chave principal. Deixou pelo caminho rivais como a própria Venus Williams, que já tinha dois troféus do Grand Slam britânico em seu currículo quando Coco nasceu, em 2004. Gauff só caiu nas oitavas de final.

Ao mesmo tempo, a adolescente estudava e fazia provas a distância para sua escola, localizada na Flórida, onde mora. Chamando a atenção no circuito, ganhou o apoio de Serena Williams e até fez sessões de treino com o técnico da veterana.

Em Paris, Gauff surpreendeu porque costuma apresentar suas melhores performances na quadra dura e na grama. No piso lento, ela poderá fazer história. Se for campeã, vai superar a britânica Emma Raducanu, campeã do US Open no ano passado, para se tornar a mais jovem campeã de Grand Slam desde Maria Sharapova, vencedora de Wimbledon de 2004 com 17 anos e 75 dias.

A precocidade não tem atrapalhado a carreira da americana, a mais jovem finalista em Paris desde a belga Kim Clijsters, em 2001. "Sinto que aprendi mais cedo que outras tenistas a lidar melhor com algumas situações. Mas acho que ainda estou aprendendo a cada dia", afirma Gauff, que joga o favoritismo para a adversária. "Vou apenas jogar solto e jogar o meu melhor tênis. Acho que, numa final de Grand Slam, tudo pode acontecer."

Será o terceiro confronto entre a americana, atual 23ª do ranking da WTA, e a polonesa no circuito. Swiatek venceu as duas partidas anteriores, uma delas neste ano, na quadra dura do WTA de Miami, nos Estados Unidos. A outra foi no saibro de Roma, no ano passado. Gauff ainda não conquistou um set enfrentando a atual número 1 do mundo.

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