Ainda que a convocação oficial só seja divulgada no próximo domingo, quando se encerra o prazo de obtenção de índices, já estão definidas as equipes que representarão o Brasil no revezamento 4x400m nos Jogos Olímpicos do Rio. No feminino, o time será liderado por Geisa Coutinho, que nesta sexta-feira venceu os 400m no Troféu Brasil, em São Bernardo do Campos (SP), correndo mais uma vez abaixo do índice olímpico. Já entre os homens, o novo campeão nacional é Pedro Luiz Burmann, que não atingiu a marca mínima necessária para correr a prova individual no Rio-2016.
Geisa fez 51s54, o suficiente para colocá-la no 36.º lugar do ranking mundial. Mesmo assim, ela acredita que, na Olimpíada, pode brigar para estar entre as oito melhores do mundo. “Eu quero a final. Se você chega na final, pode pensar na medalha. Não é difícil ir à final”, aposta a corredora de 35 anos.
Para conseguir esse feito, ela sabe que precisa fazer os melhores resultados da carreira na Olimpíada. “Eu quero só 50s99, para encerrar a carreira. Só quero 50s99, para eu poder dizer que um dia corri abaixo de 51s. Mereço esse 50s99”, diz Geisa, que deve parar após o Rio-2016.
No revezamento 4x400m, a veterana vai formar a equipe com Jailma de Lima, que também tem índice para os 400m e ficou em segundo no Troféu Brasil, com 52s40, e com duas jovens promessas do atletismo brasileiro. Contra todos os prognósticos, Tabata Vitorino de Carvalho ficou em terceiro. Marcou 52s59 e baixou em quase um segundo a melhor marca da carreira. Ela tem só 20 anos.
“Não esperava tudo isso, mas esperava um bom resultado. Para mim é uma honra estar com as meninas mais velhas. Espero poder representar bem e estar tendo um resultado legal para o Brasil, que está nesse ano tão conturbado”, comentou Tabata, que não fez parte de nenhum dos campings de treinamento do revezamento nos últimos anos e é natural de Maringá (PR).
Serão duas jovens de 20 anos no revezamento, uma vez que Letícia Cherpe terminou em quarto, com 52s64. Joelma das Neves, veterana que completará 32 anos até a Olimpíada, ficou em quinto. Cristiane dos Santos Silva fecha a equipe.
“Essa renovação é ótima. Há muitos anos, desde que eu me conheço como atleta, a prova vem evoluindo. Fico feliz de ver as meninas novas se aproximando. Para elas, é uma prova difícil, porque dói demais. Vai ser bom para o nosso revezamento”, diz Geisa, que também quer final olímpica no revezamento. “Se depender de mim, a gente está na final”.
No masculino, Pedro Burmann correu a prova em 45s87, ficando distante dos 45s40 necessários para estar nos 400m nos Jogos. Hugo Balduíno (46s00) e Peterson dos Santos (46s09) completaram o pódio e também estarão na Olimpíada pelo revezamento. Henderson Estefani nem se classificou à final em São Bernardo, mas já tinha o índice para os 400m e, por isso, obrigatoriamente estará na equipe do revezamento. Marcio Teles e Lucas Carvalho devem completar o time.