Eles formam um exército de 320 mil pessoas. Os trabalhadores por conta própria com menos de 30 anos representam hoje, 1/3 dos empreendedores individuais formalizados no país. Esse número pode representar uma mudança gradativa na realidade das relações trabalhistas brasileiras. "Hoje, os vínculos empregatícios estão bem diferentes se comparados há alguns anos. Antigamente, uma pessoa passava a vida inteira trabalhando na mesma empresa e dificilmente saía dela", diz o professor Ruy Guérios, diretor do Eniac. "A juventude de hoje quer mais, quer mostrar que tem capacidade é bem mais atirada que os jovens de 40 anos atrás", continua.
Entre os jovens empreendedores há uma parcela significativa: a dos profissionais com menos de 20 anos que representam, em média, 4% do 1 milhão de formalizados individuais no país. Em concordância com esses dados, o diretor diz que seus alunos aprendem desde cedo a pensar de forma profissional. "A partir dos 14 anos, nossas crianças aprendem a montar um plano de negócios para empresas fictícias de seus amigos, ou até mesmo ongs", afirma.
No entanto, a maioria dos empreendedores é um pouco mais velha. Mais da metade dos que se formalizaram têm entre 31 e 50 anos. Nas cinco regiões brasileiras, o percentual de trabalhadores com essa idade varia de 54% a 57%, e em torno de 13% têm acima de 50 anos. "Porém, acredito que em, no máximo, 10 anos o número dos que tem menos de 30 anos será maior que a metade de todos esses empreendedores", avalia Guérios.
O professor fundamentou sua projeção em base no que vivencia dentro da instituição de ensino a qual dirige. "Muitos alunos da faculdade começam o próprio negócio quando ainda estão aqui", finalizou.