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Jovens de classe média são presos acusados de tráfico

Dez rapazes foram presos nesta quinta-feira no Rio de Janeiro acusados de integrar uma quadrilha de traficantes de drogas composta por jovens de classe média que atuam na zona sul da cidade. Outros 30 jovens são procurados, entre eles alguns que, no início deste ano, prenderam um jovem negro de 15 anos, nu, a um poste no Aterro do Flamengo.

Na casa de um dos acusados havia R$ 27 mil em dinheiro. A quantia foi apreendida, assim como vários tipos de drogas, material para endolação, balança de precisão, armas e computadores, que estavam nas casas dos dez detidos, em áreas nobres de três bairros da zona sul: Laranjeiras, Catete e Flamengo.

A investigação começou há dez meses, enquanto o delegado Roberto Nunes, da 9ª DP (Catete), apurava as ações de um grupo de jovens de classe média alta que saía às ruas para espancar menores infratores. O episódio em que o menor foi preso ao poste é apenas um deles. Em outro, um adolescente, também negro, de 17 anos, teve mãos e pés amarrados em Botafogo. Os agressores se consideravam justiceiros, e atacavam adolescentes acusados de cometer furtos e roubos. Além das lesões corporais, os jovens também são suspeitos de praticar roubos e furtos de automóveis, receptação, estupro, tentativa de homicídio, além de tráfico de drogas e associação ao tráfico.

“Nossas investigações comprovam que todos os envolvidos, em um total de 40, vão responder por associação para o tráfico e tráfico de drogas”, afirmou o delegado. Segundo ele, os traficantes costumavam vender drogas na Praça São Salvador, no Flamengo, que fica em frente a um quartel do Corpo de Bombeiros. Eles compravam as drogas nos morros nos arredores da zona sul – todos com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e um, o morro Santo Amaro, ocupado pela Força Nacional de Segurança – e revendiam nas ruas da zona sul, segundo a polícia.

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