Curiosidade, aceitação social e contato desde cedo com fumantes. Esses são apenas alguns dos inúmeros motivos que levam um jovem a colocar o primeiro cigarro na boca. Muitos fumantes entram nessa cortina de fumaça antes de completar a maioridade. Pesquisas mostram que o fumo é responsável por 30% das mortes ocasionadas por câncer, sendo 90% dos casos, o de pulmão. Além disso, o fumo está ligado à origem de tumores malignos em oito órgãos: boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga, além do pulmão, colo do útero e esôfago.
A principal substância ativa encontrada naturalmente no tabaco – matéria prima que dá origem ao cigarro – é a nicotina, poderoso estimulante do sistema nervoso central. Com o início do consumo dessa substância, o cérebro exige quantidades cada vez maiores, e isso explica porque as pessoas tornam-se viciadas. Apenas na fumaça do cigarro existem mais de 4.770 substâncias tóxicas como nicotina, alcatrão, monóxido de carbono e até radioativas como polônio 210 e cádmio, que também são encontradas nas baterias de carros.
"O tabagismo, doença caracterizada pelo vício ao cigarro, foi conceituada pelo Código Internacional de Doenças (CID), como sendo um grupo de transtornos mentais e de comportamento, decorrentes do uso de substâncias psicoativas (drogas de atuação sobre o sistema nervoso central)", explica o pneumologista da DASA, empresa de medicina diagnóstica, Dr. Roberto Rodrigues Junior.
Os danos trazidos pelo cigarro são inúmeros. Após a tragada, a fumaça leva sete segundos para chegar ao cérebro e há aumento da frequência cardíaca e pressão arterial. Após três meses o vício já está instalado e há a diminuição progressiva do olfato e paladar. Engana-se quem se acha capaz de parar de fumar quando quiser.
Em ex-fumantes os riscos de doenças são reduzidos de 50 a 70%, mas não de imediato. Os malefícios acarretados pelo tabagismo demandam anos para serem refeitos.