Cidades

Jovino Cândido é condenado a indenizar juízes eleitorais

O motivo foi uma declaração feita em outubro de 2008 ao Guarulhos HOJE

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo condenou o presidente do diretório municipal do Partido Verde, Jovino Cândido, a pagar uma indenização no valor de R$ 124.400,00 para dois juízes de Guarulhos. O motivo foi uma declaração feita em outubro de 2008 ao Guarulhos HOJE. Em entrevista, às vésperas do segundo turno, ele afirmou que algumas zonas eleitorais fraudavam as eleições beneficiando determinados candidatos.

Fora da disputa, já que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, questionado sobre a possibilidade de fraudes nas eleições, Jovino disse: "Cuidado, porque eles vão tentar. A Zona Eleitoral 393 é um problema grave, pois eles usaram estrategicamente para desviar o resultado. Nas 394 e 395 é preciso ter muito cuidado, mas muito cuidado mesmo, senão vai levar pau; principalmente, a 394. A 395 é mais escancarada, é uma feira, a compra de votos; a 394 se traduz na estratégia de tirar o diferencial, é ali montado o esquema para bichar a eleição na urna eletrônica; você pode ver a diferença de votos entre Almeida e os outros candidatos no primeiro turno. Entendeu?".

As declarações motivaram os juízes da 394ª a 395ª Zonas Eleitorais a moverem um processo contra Jovino que contestou a ação, justificando que na entrevista "fez comentários apenas sobre o sistema eleitoral, sem dirigir-se aos autores".

Contudo, para o juiz Fernando Cesar Carrari, em sua sentença, aponta que Jovino "extrapolou o direito de livremente se expressar e se manifestar, caracterizando-se ofensa à honra e à imagem profissional dos autores, pois induz o leitor a concluir que as Zonas Eleitorais estão envolvidas em ilícitas ações tendentes a manipular o resultado das eleições".

Para juiz, sentença não apagará os danos causados pelas declarações

Para o atual juiz da 1ª Vara Cível de Guarulhos, que na época das eleições era responsável pela 395ª Zona Eleitoral, João Batista de Mello Paula Lima, a indenização não ameniza as consequências das declarações.

"A sentença não apaga o mal que ele me causou. Não apaga a vergonha da minha mulher e nem dos meus filhos. Mas estabelece a verdade e coloca o senhor Jovino na condição de réu condenado", afirmou Lima.

Para ele, o dinheiro não eliminará a humilhação vivida na época dos acontecimentos. "Se você pegar hoje uma folha de papel, rasgá-la em várias partes, jogar para cima em algum lugar e voltar amanhã no mesmo local onde você jogou e sair pegando todos os pedaços você não conseguirá juntar de novo. Assim ficou a minha reputação. Ele picou 25 anos de carreira e jogou para cima e essa sentença, por mais que tenha um efeito de me confortar, nunca mais vai compor a minha reputação", ressaltou Lima.

A reportagem procurou Jovino Cândido por telefone diversas vezes ao longo do dia, mas ele não atendeu as ligações.

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