Cidades

JT já teve página diária sobre Guarulhos com redação do GuarulhosWeb

Circula na quarta-feira (31) a última edição do "Jornal da Tarde", um produto do Grupo Estado. Após 46 anos de sua fundação, a decisão visa "o aprimoramento do foco estratégico" da empresa, diz nota no site do "Estado de S. Paulo".

Ao longo dos anos de 2004 e 2005, o jornal paulistano tinha uma página diária dedicada a Guarulhos. A redação era terceirizada e editada pelo portal GuarulhosWeb, que contava com profissionais que realizavam reportagens em Guarulhos enviadas para o jornal paulistano.

 Em diversas ocasiões, as reportagens de Guarulhos ocuparam a primeira página do Jornal da Tarde. Destaque para a tragédia do Ladies First, uma festa realizada na avenida Paulo Facini que terminou com a morte de jovens após a queda de uma laje. Também uma reportagem mostrava o mercado paralelo de combustíveis, que eram retiradas de caminhões tanque e vendidos a granel a motoristas na região de Cumbica.

Segundo o Grupo Estado, o objetivo ao fechar o "JT" é investir na marca Estadão com uma estratégia multiplataforma integrada (papel, digital, áudio e vídeo e mobile), para levar maior volume de conteúdo a mais leitores, a um custo menor.

"Hoje, o meio jornal é a segunda mídia mais importante para a publicidade, com o dobro de participação do terceiro colocado. Daí a estratégia de focar no Estadão, principal marca do Grupo, e de investir em uma plataforma digital mais robusta e avançada", diz Francisco Mesquita Neto, diretor presidente do Grupo Estado.

Rumores

A nota oficial põe fim a semanas de rumores dentro e fora do jornal, sobre o fim do periódico. Há semanas, os profissionais souberam da possibilidade do fechamento do jornal – o comentário é que funcionários do telemarketing disseram a assinantes que o jornal deixaria de circular. Além desta história, houve outra, sobre um e-mail supostamente interceptado falando do fim do jornal.

Entre os profissionais do "JT", o clima é de incerteza. "Ninguém fala nada para nós, então, qualquer barulho que se faça é melhor", diz um integrante da equipe. Desde a semana passada, um abaixo-assinado online coleta assinaturas contra o fim do jornal. Na tarde desta segunda-feira (29), uma audiência está marcada entre representantes do Grupo Estado e a Justiça do Trabalho para discutir a situação.

Não é o primeiro caso de jornal que deixa de circular por problemas de custo. Em novembro de 2001, a "Gazeta Esportiva" anunciava o fim de sua edição impressa e publicação de todo seu conteúdo no site do jornal. Em agosto de 2010, foi a vez do "Jornal do Brasil" anunciar o fim de sua edição impressa, em setembro daquele ano. Seu conteúdo, então, passou a circular na internet, com cobrança de assinatura mensal.

Migração 

A nota diz ainda que o "Jornal do Carro" será incorporado pelo "Estadão". A partir de 7 de novembro, o novo "Jornal do Carro" passa a circular encartado no Estadão, ampliado e com novas seções. Será a nova marca dos Classificados de Autos do Estadão também às quintas, sábados e domingos, e também uma plataforma multimídia de alcance nacional.

"O JT deixará de existir, mas suas principais contribuições permanecem no seu irmão mais velho, o Estadão", diz a nota. Além dos cadernos semanais publicados no Estadão, se somarão outros títulos do "JT", como os cadernos Paladar, Viagem, Caderno 2, Casa, Economia & Negócios, Link, entre outros. Para 2013, a promessa da empresa é de "um portal com o melhor conteúdo do setor, dicas de compra e exclusiva tabela de preços online, revistas sazonais e eventos, além do já existente programa aos sábados na rádio Estadão ESPN (FM 92,9 e AM 700)."

"O Estadão é o jornal número um na Grande São Paulo e, com essas mudanças, vai ficar ainda mais forte", diz Francisco Mesquita Neto. "O Grupo Estado agradece aos leitores do Jornal da Tarde por todos os anos de convivência, aos anunciantes, pelo apoio com que sempre nos prestigiaram, e a todos os profissionais que participaram dessa história: jornalistas, colunistas, publicitários, equipe de arte, integrantes das áreas comercial e administrativa, e das áreas de produção e distribuição", finaliza Mesquita Neto.

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