Investigado na Operação Lava Jato, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi um dos indicados pelo PMDB para fazer parte do Conselho de Ética do Senado. Ele, assim como outros membros do colegiado, foram escolhidos a dedo pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também está sob suspeita de ter participado do esquema de corrupção na Petrobrás.
Sem fazer alarde, Renan colocou em votação simbólica, na última terça-feira, as indicações dos partidos para compor o colegiado, que terá de julgar eventuais pedidos de cassação dos mandatos caso fique comprovado o envolvimento dele, de Jucá e outros 11 senadores nos desvios da estatal.
Dos 11 integrantes do Conselho de Ética, apenas Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e João Capiberibe (PSB-AP) costumam fazer uma oposição mais dura em relação a Renan. Outro aliado do peemedebista que fará parte do colegiado será o senador João Alberto Souza (PMDB-MA), que deve ser reconduzido ao cargo de presidente do conselho pela quinta vez e tem fama de não levar as apurações adiante. Em 2010, foi ele o responsável por arquivar o processo por quebra de decoro contra o então senador José Sarney (PMDB-AP), após o seu envolvimento no caso dos atos secretos do Senado.