Estadão

Juiz decide que Trump cometeu fraude ao inflar valor de seus bens

O juiz Arthur Engoron considerou ontem que o ex-presidente dos EUA Donald Trump cometeu fraude por inflar seus ativos e patrimônio líquido para obter empréstimos em condições mais favoráveis. A decisão é um revés para Trump antes do início do julgamento do caso, marcado para segunda-feira, 2.

O julgamento agora determinará apenas o tamanho da indenização. A procuradora-geral, Letitia James, busca uma multa de cerca de US$ 250 milhões para o ex-presidente. Outra punição possível é a família perder o controle da Organização Trump.

Letitia afirma que Trump inflou em US$ 2,2 bilhões o valor de suas propriedades, entre 2011 e 2021, incluindo o período em que ocupou a Casa Branca, de 2017 a 2021. O objetivo era obter empréstimos mais baratos. As mesmas propriedades apresentavam valores menores na hora de pagar impostos ou apólices de seguro.

<b>Prejuízo</b>

Em sua decisão, Engoron escreveu que os documentos do caso "contêm claramente avaliações fraudulentas". A decisão determina uma das maiores punições a Trump até agora: o cancelamento de certificados comerciais que permitem a operação de algumas de suas propriedades.

A ordem do juiz não dissolve toda a Organização Trump, mas deve acabar com seu controle sobre algumas propriedades emblemáticas, como o número 40 da Wall Street e o clube de golfe no condado de Westchester. Trump também pode perder o controle de outros imóveis em Nova York, incluindo a Trump Tower, embora isso ainda possa se arrastar por alguns meses na Justiça.

O juiz também impôs sanções aos advogados de Trump por apresentarem argumentos que ele havia rejeitado anteriormente, ordenando que cada um deles pague US$ 7.500 em multas. "Repetir esses argumentos foi indefensável", disse Engoron.

O ex-presidente descreveu o caso como "ridículo". "É como o restante dos casos de interferência eleitoral dos quais sou objeto, liderado por uma procuradora negra racista", afirmou, em referência a Letitia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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