O juiz Carl Nichols rejeitou nesta terça-feira, 19, um pedido de adiamento e deu início ao julgamento de Steve Bannon, ex-assessor do ex-presidente Donald Trump. Ele é processado por desacato, por se recusar a cooperar com a investigação parlamentar sobre o ataque ao Capitólio, em 2021.
O processo de escolha dos jurados, que começou na segunda-feira, 18, terminou ontem: nove homens e cinco mulheres agora decidirão o futuro de Bannon. Com um perfil discreto, mas sempre muito influente dentro do governo do ex-presidente, ele desempenhou um papel crucial na eleição do republicano, em 2016, dando um tom populista radical ao magnata. Bannon deixou a Casa Branca no ano seguinte, mas manteve um forte vínculo com Trump.
<b>Ataques</b>
Bannon e Trump estiveram em contato nos dias que antecederam o ataque de 6 de janeiro de 2021 à sede do Congresso dos EUA, de acordo com a comissão da Câmara dos Deputados encarregada de investigar o papel do ex-presidente na tentativa de impedir a certificação da vitória do democrata Joe Biden.
Para descobrir sobre o que eles conversaram na ocasião, a comissão intimou Bannon a depor e a apresentar documentos. No entanto, ele se recusou, citando um suposto "privilégio executivo", que manteria algumas de suas conversas em sigilo.
A Justiça, no entanto, rejeitou o argumento e permitiu que ele fosse indiciado em novembro por "obstruir os poderes investigativos do Congresso". Ontem, na abertura do julgamento, os promotores federais acusaram Bannon de ignorar intencionalmente a intimação do Congresso. "Não era opcional. Não era um pedido. E não era um convite", disse a promotora Amanda Vaughn aos jurados.
<b>Prisão</b>
Bannon está sendo julgado por duas acusações de desacato – por ignorar a intimação para depoimento e se recusar a entregar documentos ao Congresso. Cada uma pode render ao ex-assessor de Trump uma pena mínima de 30 dias e máxima de 1 ano de prisão. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>