O planeta Terra bateu neste mês de julho dois recordes seguidos de dia mais quente já registrado desde 1940. De acordo com os dados do Serviço de Mudanças Climáticas da União Europeia, 22 de julho teve a temperatura média global mais alta já medida, de 17,15°C. No dia 21, o recorde já havia sido batido, com média de 17,09°C.
O dia mais quente já registrado antes de 21 de julho de 2024 foi em 6 de julho de 2023, quando a Terra teve temperatura média de 17,08°C. Isso indica uma subida de 0,07ºC em um ano, uma variação que, de acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas da União Europeia, não é típica.
"O que chama a atenção também é a diferença entre as temperaturas desde julho de 2023 e todos os anos anteriores", afirma o órgão europeu. Antes do recorde de 2023, os dias mais quentes registrados tiveram média variável entre 16,60ºC e 16,80ºC, de 2015 a 2022.
Desde 2021, todos os anos o recorde é batido. Mas este é o maior pico de diferença em relação à maior medição anterior – a última vez que uma variação parecida aconteceu foi no final dos anos 1990. O aumento da emissão de poluentes, junto com o agravamento do efeito estufa, são motivos para isso.
De acordo com o serviço climático europeu, é comum que os dias mais quentes aconteçam entre junho e julho, coincidindo com o verão no hemisfério norte.
"Isto ocorre porque os padrões sazonais do hemisfério norte determinam as temperaturas globais. As grandes massas de terra do hemisfério norte aquecem mais rapidamente do que os oceanos do hemisfério sul conseguem arrefecer."
A analise do órgão sugere que o aumento repentino da temperatura média global diária está relacionado, principalmente, com temperaturas muito acima da média em grandes partes da Antártica, aumentando esse efeito de norte muito quente e sul não tão frio.
"Essas grandes anomalias não são incomuns durante os meses de inverno antártico e também contribuíram para as temperaturas globais recordes no início de julho de 2023."