Estadão

Junta militar de Mianmar retoma pena de morte e enforcará ativista pró-democracia

O governo militar instalado em Mianmar anunciou nesta sexta-feira, 3, que executará um ex-legislador do partido da líder deposta Aung San Suu Kyi e um veterano ativista pró-democracia condenados por violar a Lei Antiterrorista do país, informou a mídia local. A pena de morte não era aplicada no país havia 30 anos.

Dois meios de comunicação online, <i>Voice of Myanmar</i> e <i>NP News</i>, disseram que outros dois homens condenados por matar uma mulher que acreditavam ser uma informante dos militares também serão executados, além do ex-deputado Phyo Zeya Thaw e do ativista Kyaw Min Yu, conhecido como Ko Jimmy. Todos serão levados à forca.

O porta-voz do governo, o major-general Zaw Min Tun, foi citado dizendo que a decisão de realizar as execuções foi confirmada depois que os recursos legais dos quatro foram rejeitados. Segundo o porta-voz, elas serão realizadas de acordo com os procedimentos da prisão. De acordo com a lei, as execuções devem ser aprovadas pelo chefe do governo. Não foi divulgado quando serão realizadas.

A Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos, que rastreia prisões e assassinatos conduzidos pelo Estado, diz que os tribunais de Mianmar condenaram à morte 114 "criminosos políticos", incluindo duas crianças, desde que o Exército tomou o poder do governo eleito de Suu Kyi em fevereiro do ano passado.

A tomada de poder pelo Exército desencadeou protestos populares em todo o país, que se transformaram em uma insurgência de pequeno alcance depois que manifestações não violentas foram recebidas com força mortal pelo Estado. A associação estima que 1.887 civis morreram nas mãos da polícia e dos militares na repressão contra os opositores do regime militar.

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