Economia

Juntas, Shell e BG serão principal parceiro da Petrobras

A anglo-holandesa Shell prevê que a produção de petróleo e gás no Brasil poderá ser multiplicada por mais de dez até o fim da década após a compra da britânica BG. Com a união entre as duas companhias, o novo gigante europeu do setor energético prevê que será o “principal parceiro” da estatal Petrobras no País.

“A combinação dos negócios melhorará a posição da Shell como um detentor de grandes reservas e investidor no Brasil, com potencial de aumentar a produção da Shell de 52 mil barris equivalentes de petróleo por dia em 2014 para estimativa de 550 mil barris por dia para o grupo combinado no fim da década”, destaca comunicado enviado ao mercado.

A companhia anglo-holandesa explica ainda que a aquisição da BG fornece aos acionistas da Shell áreas de exploração promissoras no Brasil. “Os campos de exploração da BG oferecem crescimento de curto prazo e opções na Bacia de Campos, complementando a produção existente da Shell e o potencial do projeto de longo prazo de Libra”, argumenta a companhia.

Unidas, Shell e BG terão um papel importante também para a estatal Petrobras. “O grupo combinado será o principal parceiro ao lado da Petrobras trabalhando para garantir as melhores práticas e que o aprendizado seja aplicado pelo grupo para o desenvolvimento da atividade em águas profundas no Brasil nas próximas décadas”, diz o documento.

O comunicado da Shell lembra que a companhia já tem posição importante na exploração de águas profundas no Brasil. “A tecnologia e a capacidade da Shell nessa área são reconhecidas como entre as melhores da indústria e o retorno sobre o capital empregado em águas profundas ficou em atrativos 12% em 2014”, destaca.

Sinergias

Em todo o mundo, a união das operações da Shell e da BG deve gerar sinergias de quase US$ 2,5 bilhões por ano, diz a empresa anglo-holandesa. Além dessa economia já prevista, a petroleira cita que “também foram identificadas significativas oportunidades adicionais” de economia para as finanças da empresa.

Cade

A multibilionária compra da BG precisa ser aprovada por algumas autoridades internacionais de defesa da concorrência. Entre elas, a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) é citada como “pré-condição” para o negócio. “A aprovação das autoridades da concorrência da União Europeia, Brasil, China e Austrália, assim como a aprovação do investimento estrangeiro na Austrália, são pré-condições para a combinação dos negócios”, diz o comunicado enviado pela anglo-holandesa aos investidores, nesta quarta-feira, 8. A importância da autoridade brasileira acontece devido à grande presença da Shell e da BG no setor de petróleo e gás no Brasil.

Após a aprovação do negócio pelos conselhos de administração da Shell e BG e o anúncio ao mercado feito hoje, as empresas esperam que a oferta detalhada da operação seja encaminhada aos investidores da BG em no máximo 28 dias. Nessa operação, a Shell pretende comprar a britânica BG em um gigantesco negócio que soma cerca de 47 bilhões de libras – aproximadamente US$ 69 bilhões – com a entrega de dinheiro e ações.

hell/CEO: Brasil É uma parte significativa do negócio com a BG e olhamos país pelo potencial JÁ NO EMPRESA E SETORES –

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O executivo-chefe da Shell, Ben van Beurden, fez uma série de elogios ao Brasil durante teleconferência para apresentação dos detalhes da multibilionária oferta para compra da britânica BG. Para o executivo, a experiência no País com o início da exploração no pré-sal e a parceria com a estatal Petrobras deram mais confiança para a empresa no País. O Brasil é uma das peças mais importantes na combinação dos negócios entre Shell e BG.

“Temos uma longa história no Brasil. Hoje, temos grandes campos bem sucedidos, uma joint venture com a Raízen e atrativos retornos”, disse durante a teleconferência. “Em 2013, entramos no pré-sal no campo de Libra. A experiência que ganhamos, inclusive com a Petrobras, nos deu lucratividade e confiança sobre nossa posição no Brasil. O Brasil está acima da média em termos de lucro”, ressaltou Beurden.

A britânica BG também tem posição importante no Brasil. “A BG participa de cinco campos de classe mundial na exploração do pré-sal, inclusive no gigante campo de Lula”, disse o executivo-chefe durante teleconferência. “No Brasil, as duas empresas são altamente complementares e em muitos campos lucrativos. É uma forte combinação”, disse.

De acordo com material distribuído aos investidores, a união das duas petroleiras europeias “melhorará a posição da Shell como um detentor de grandes reservas e investidor no Brasil”. Projeção do grupo anglo-holandês mostra que há potencial de aumentar a produção da Shell no Brasil de 52 mil barris de petróleo equivalente por dia em 2014 para cerca de 550 mil barris por dia no fim da década. (Fernando Nakagawa, correspondente – [email protected])

Shell/CEO: Brasil é uma parte significativa do negócio com a BG e olhamos país pelo potencial JÁ NO EMPRESA E SETORES –

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Londres, 8/4/2015 – Aumentar a presença na exploração do petróleo no Brasil é uma parte significativa da compra multibilionária da britânica BG anunciada nesta manhã pela Shell. “Já operamos no Brasil e estamos felizes, mas queremos ter mais. Uma parte significativa do negócio é ter uma presença mais forte em águas profundas”, disse o executivo-chefe da Shell, Ben van Beurden. Além do Brasil, a exploração de gás natural na Austrália foi citado como o outro grande resultado positivo da união das duas companhias europeias.

“Temos de olhar para o Brasil pelo potencial que existe. No momento, essa é talvez a área do mundo mais excitante para a indústria atualmente. Há um potencial incrível”, disse o executivo durante teleconferência com analistas e investidores para dar detalhes da compra que soma 47 bilhões de libras. “A Shell estava insuficientemente exposta à essa oportunidade. Já operamos no Brasil e estamos felizmente, mas queremos ter mais”.

Beurden explicou que “não é bom para uma empresa de classe mundial quando você não pode ir além”. O material exibido aos analistas mostra que a exposição da Shell ao pré-sal era menor que a da BG. Enquanto a anglo-holandesa tinha presença basicamente no campo de Libra, a britânica possui participação nos consórcios que exploram Iara, Lapa, Lula e Sapinhoá.

Um dos analistas questionou Beurden sobre os riscos de o novo gigante do petróleo sofrer respingos da crise na Petrobras no Brasil e o executivo não demonstrou muita preocupação. “Estamos há muitos anos no Brasil, há mais de 100 anos. Trabalhamos há muito tempo com a Petrobras e temos muito boa experiência no campo de Libra. A BG também tem boa experiência e tudo é positivo”, disse.

“As manchetes (sobre a Petrobras) não são atrativas, mas estamos falando de coisas de longo prazo. A Petrobras é uma empresa forte e queremos estar ao lado dessa grande empresa”, disse o principal executivo da Shell. (Fernando Nakagawa, correspondente – [email protected])

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