Economia

Juro curto cai, em linha com dólar, mas temor sobre Grécia pressiona o longo

O temor de saída da Grécia da zona do euro ganhou força nesta segunda-feira, 29, mas ainda assim os juros futuros de curto e médio prazos conseguiram fechar em baixa, após terem avançado durante boa parte da sessão. Os vencimentos mais longos da curva a termo, porém, mantiveram o viés de alta.

Ao término da sessão regular da BM&FBovespa, o DI janeiro de 2016 projetava 14,27%, de 14,30% no ajuste da sexta-feira; o DI janeiro de 2017 cedia para 14,02%, de 14,05%; e o DI janeiro de 2021, na contramão, subia a 12,73%, ante 12,68% no ajuste anterior.

Os juros passaram a manhã pressionados para cima, refletindo a aversão ao risco com a Grécia que pautava todos os mercados. No fim de semana, as autoridades rejeitaram estender a ajuda ao país, que tem uma dívida de 1,6 bilhão de euros para pagar amanhã ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, o governo grego aprovou a realização de um plebiscito no próximo domingo, dia 5, para que a população decida se a Grécia deve ou não aceitar as condições impostas pelos credores. Diante da corrida bancária dos gregos para sacar recursos, o governo determinou o fechamento dos bancos ao longo desta semana como forma de controle de capital. A bolsa de valores de Atenas também não vai funcionar nos próximos dias. Fonte do governo disse que a Grécia não pagará a dívida de amanhã, o que elevou substancialmente os temores de saída do país da zona do euro e eventuais consequências sobre a economia global.

No início da tarde, porém, houve um alívio e as principais taxas encostaram nos ajustes, em meio a informações extraoficiais de que o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Tony Volpon, teria enfatizado que as políticas fiscal e monetária mais apertadas em curso vão reduzir a inércia inflacionária a ser herdada de 2015 em 2016, em reunião fechada no Bank of America Merrill Lynch.

Posteriormente, os vencimentos de curto e médio prazo inverteram o sinal e passaram a cair efetivamente, alinhados à queda do dólar ante o real. Após quatro sessões seguidas de alta, o dólar fechou em baixa de 0,45% no balcão, cotado em R$ 3,114.

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