Os juros futuros de longo prazo registraram forte queda na BM&FBovespa nesta sexta-feira, 29, enquanto as taxas curtas fecharam com viés de alta, perto dos ajustes anteriores. O movimento nos vencimentos a partir de 2019 refletiu a percepção otimista do investidor sobre um eventual governo de Michel Temer em meio à expectativa de manutenção dos juros norte-americanos em patamares baixos por mais tempo do que o esperado, que deve fortalecer o fluxo de recursos para mercados emergentes. Os juros curtos, por sua vez, oscilaram pouco, amarrados à percepção de que a Selic deve continuar no atual patamar de 14,25% ao ano neste primeiro semestre, alimentada pelo comunicado da decisão do Copom na última quarta-feira.
Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 13,600%, de 13,545% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2018 caiu de 12,79% para 12,71%. Nos mais longos, o DI janeiro de 2019 fechou em 12,48%, de 12,72% no ajuste de ontem; o DI janeiro de 2021 encerrou na mínima de 12,41%, ante 12,76%; e o DI janeiro de 2023 também fechou na mínima, de 12,53%, ante 12,90%.
Segundo operadores, o fluxo de venda de taxas longas foi significativo, principalmente por parte de investidores estrangeiros, que aproveitam o diferencial entre juros externos (baixos) e internos (altos) para aplicar seus recursos. “O mercado externo todo está mais calmo sobre o aumento de juro dos EUA. Todas as cestas de moedas estão se valorizando ante o dólar. Isso é potencializado no Brasil pela perspectiva de ruptura no cenário político”, afirmou Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores.
O segmento prefixado também olhou para o mercado de câmbio e viu o dólar em queda consistente, mesmo com o Banco Central tendo realizado quatro leilões de swap cambial reverso, nos quais vendeu um total de 32,6 mil contratos (US$ 1,63 bilhão). Perto das 16h30, o dólar à vista caía 1,52%, a R$ 3,4391.