Em meio ao processo de queda da Selic, a taxa média de juros no crédito livre mostrou nova redução em dezembro ante novembro. O porcentual passou de 41,9% em novembro para 40,8% ao ano, informou nesta terça-feira, 6, o Banco Central. No último mês de 2022, a taxa estava em 41,8%.
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre cedeu de 55,0% para 54,2% ao ano de novembro para dezembro.
No segmento de pessoas jurídicas, a taxa passou de 22,1% para 21,1% entre os dois meses.
<b>Cheque especial</b>
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou entre novembro e dezembro, de 132,1% ao ano para 128,3% ao ano. No crédito pessoal, a taxa oscilou de 42,3% para 42,2% ao ano.
Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).
<b>Veículos</b>
Os dados divulgados nesta terça pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 26,0% ao ano em novembro para 25,5% em dezembro.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 29,1% ao ano em novembro para 28,4% ao ano em dezembro. No último mês de 2022, estava em 30,1%.
<b>ICC</b>
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) caiu 0,3 ponto porcentual de dezembro ante novembro, para 21,7% ao ano.
O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
<b>Spread</b>
O spread em operações de crédito apresentou nova redução em dezembro. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 30,9 pontos porcentuais em novembro para 30,2 pontos porcentuais em dezembro.
No segmento pessoa física, o spread passou de 43,8 para 43,5 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio oscilou de 11,3 para 10,7 pontos porcentuais na passagem de novembro para dezembro.
O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.
O spread médio do crédito direcionado variou de 4,3 para 4,2 pontos porcentuais na passagem de novembro para dezembro.
Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 20,0 para 19,7 pontos porcentuais entre os dois meses.
<b>Endividamento</b>
Na divulgação desta terça-feira, o BC informou que o endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de novembro em 48,2%, mesmo patamar registrado em outubro. O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%).
Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,2% no penúltimo mês de 2023, mesmo número de outubro.
Novembro foi o quinto mês de operação do programa federal de renegociação de dívidas Desenrola.
Na fase do programa iniciada no dia 17 de julho, foi possível renegociar dívidas bancárias de consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do Tesouro Nacional.
Além disso, o nome de pessoas que tinham dívidas de até R$ 100 nos bancos foi "desnegativado" automaticamente, sem o perdão dos compromissos. A segunda fase, para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640,00), começou no fim de setembro e tem garantia do Tesouro.
Segundo os dados do BC para o mês de novembro, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou o mês em 26,5%. Em outubro, o porcentual era de 27,2%.
O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 25,1% no décimo mês do ano para 24,4% em novembro.