Estadão

Juro médio no crédito livre sobe a 28,9% em julho; cheque especial recua a 123,5%

Em meio ao ciclo de alta acelerada da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa média de juros no crédito livre passou de 28,4% ao ano em junho para 28,9% ao ano em julho, informou nesta sexta-feira o Banco Central. Em julho de 2020, essa taxa estava em 27,3% ao ano.

Com o resultado de julho, a taxa média de juros no crédito livre acumulou alta de 3,4 pontos porcentuais nos sete primeiros meses de 2021.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 39,9% para 39,8% ao ano de junho para julho, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 14,5% para 15,4%.

<b>Cheque especial</b>

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 125,6% ao ano para 123,5% ao ano de junho para julho. No crédito pessoal, a taxa passou de 32,7% para 32,3% ao ano.

Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Além da limitação do juro, os dados atuais refletem uma revisão realizada na série histórica do BC. Os números passaram a considerar o fato de alguns bancos cobrarem juro no cheque especial apenas após dez dias de atraso no pagamento da fatura. Antes, era considerado todo o período de atraso. Esta mudança fez com que o nível do juro no cheque especial, na nova série histórica, fosse menor em anos anteriores.

<b>Veículos</b>

Os dados divulgados nesta sexta pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 21,6% ao ano em junho para 21,9% em julho.

<b>Juros no crédito total</b>

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 20,0% ao ano em junho para 20,4% ao ano em julho. Em julho de 2020, estava em 19,1%.

<b>ICC</b>

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) permaneceu em 17,3% de junho para julho. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

<b>Spread</b>

O spread em operações de crédito apresentou elevação no último mês. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 21,5 pontos porcentuais em junho para 21,7 pontos porcentuais em julho, informou o Banco Central.

O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 32,6 para 32,2 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 8,1 para 8,7 pontos porcentuais.

O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.

O spread médio do crédito direcionado foi de 3,6 para 3,7 pontos porcentuais na passagem de junho para julho.

Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 14,4 para 14,6 pontos porcentuais no período.

<b>Inadimplência</b>

Mesmo com as dificuldades de famílias e empresas para fechar as contas, em meio à pandemia de covid-19, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos apenas oscilou de 2,9% para 3,0% de junho para julho, informou o Banco Central.

Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência foi de 4,0% para 4,1% no período. No caso das empresas, a taxa continuou em 1,6%.

A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) continuou em 1,4% na passagem de junho para julho.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência seguiu em 2,3%.

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