Os juros futuros terminaram a semana perto da estabilidade nos vencimentos mais curtos, enquanto os vértices longos subiram. Após exibirem baixa na parte da manhã desta sexta-feira, 8, refletindo o IPCA de dezembro perto do piso das estimativas, as taxas passaram a devolver a queda com o dado robusto do payroll de dezembro e redução do ritmo de baixa do dólar ante o real. Ambos os fatores deram combustível a um movimento de realização de lucros, uma vez que os contratos tiveram forte declínio ao longo da semana.
Ao término da negociação regular da BM&FBovespa, o DI abril de 2016 fechou em 14,660%, de 14,638% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2017 terminou em 15,53%, de 15,54% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2021 subiu de 16,28% para 16,34%.
Logo na abertura, o mercado repercutiu o IPCA de dezembro, que ficou em 0,96%, ante 1,01% em novembro, com taxas em queda. A taxa ficou perto do piso das estimativas coletadas pelo AE Projeções (0,95%), alimentando ainda mais a discussão sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em janeiro. Nos últimos dias, a aposta de que o ciclo de aperto monetário pode começar com uma alta de 0,25 ponto – ou até nem começar – este mês vem ganhando adeptos.
Com a inflação de 2015 em 10,67%, o mercado aguarda agora pela divulgação da carta que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, terá de entregar ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, para explicar por que a inflação fechou o ano acima do teto da meta de 6,5%.
Depois do IPCA, o payroll estancou o impulso vendedor do mercado, ao reforçar os argumentos do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) para continuar elevando os juros norte-americanos nas próximas reuniões. Em dezembro, houve criação de 292 mil vagas no mercado de trabalho dos EUA, ante expectativa de 210 mil novos postos. Como resultado, a economia criou uma média de 221 mil postos de trabalho por mês no ano passado, segunda melhor média para um ano desde 1999.
O presidente do Federal Reserve de San Francisco, John Williams, mostrou-se otimista sobre o mercado de trabalho e o crescimento. “Nós estamos muito perto do plano emprego e a economia ainda tem um bom impulso”, afirmou.
A partir do começo da tarde, outro fator a endossar a postura mais conservadora do mercado foi o dólar, que reduziu o ritmo de queda ante o real. Perto das 16h30, o dólar à vista recuava 0,38%, a R$ 4,0338.
Nas ações, o Ibovespa cedia 0,17%, a 40.624,72 pontos.