A semana começou com queda firme das taxas futuras de juros, ainda sob a percepção de que o Brexit pode ter efeitos positivos para o Brasil, sobretudo a atração de fluxo externo, e também influenciada pela expectativa com a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), nesta terça-feira, 28. Ao término da negociação regular na BM&FBovespa nesta segunda-feira, 27, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (197.205 contratos) fechou com taxa de 13,650%, de 13,690% no ajuste de sexta-feira. O DI janeiro de 2018 (225.320 contratos) caiu de 12,64% para 12,53%. O DI janeiro de 2019 (176.970 contratos) encerrou em 12,19%, de 12,39%. O DI janeiro de 2021 fechou em 12,23%, na mínima, ante 12,44%, com 135.700 contratos.
Diante da perspectiva de que a saída do Reino Unido da União Europeia tende a elevar o nível de flexibilização da política monetária dos principais bancos centrais no mundo, de forma a evitar impactos sobre o crescimento, o comportamento da curva espelhou a avaliação de que o Brexit vai abrir oportunidade para aplicação de investidores estrangeiros, ideia que já dava as cartas no mercado na sexta-feira.
Após abrirem levemente pressionados para cima, os juros se descolaram da alta do dólar durante a sessão e se firmaram em baixa, com destaque para o trecho longo da curva, que reflete melhor a percepção de risco do investidor. “Num primeiro momento de aversão ao risco generalizado, os emergentes são colocados todos no mesmo cesto. Depois, há um filtro e alguns emergentes com determinadas características, no caso do Brasil os juros altos, conseguem se beneficiar”, disse o economista-chefe da Guide Investimentos, Ignácio Rey.
Quanto ao RTI, a expectativa é grande por se tratar do primeiro documento oficial da gestão Ilan Goldfajn e que deverá orientar os prognósticos sobre a política monetária de curto prazo. Além do relatório, o mercado está ansioso pela entrevista que será concedida pelo presidente do Banco Central às 11 horas.