A expectativa de que Aécio Neves (PSDB) possa virar o jogo em cima de Dilma Rousseff (PT) conduziu a baixa das taxas dos contratos futuros de juros nesta sexta-feira, 24. Após as pesquisas Ibope e Datafolha mostrarem na tarde de ontem clara vantagem da petista sobre o tucano, o levantamento do instituto Sensus, divulgado na manhã de hoje, mostrou o contrário, com a liderança para Aécio.
Com isso, ao término da negociação regular da BM&FBovespa, a taxa do DI para janeiro de 2015 marcava 10,979%, de 11,029% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2016 indicava 11,92%, de 12,04% na véspera. O DI para janeiro de 2017 apontava 12,16%, de 12,30% na sessão regular. E o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 11,87%, de 12,10% ontem.
No levantamento do instituto Sensus, que saiu antes da abertura dos negócios, Aécio Neves apareceu com 54,6% das intenções de voto e Dilma Rousseff somou 45,4%. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos, o que coloca o tucano em vantagem inclusive fora da faixa de empate técnico. Este cenário é diferente do visto nas pesquisas Ibope e Datafolha. Ainda assim, os investidores decidiram vender taxas.
A expectativa para o debate da noite de hoje entre Dilma e Aécio também permeava as mesas de operação, assim como as especulações em torno do impacto, sobre o eleitorado, de reportagem que aparece na revista Veja neste fim de semana. De acordo com a reportagem, a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, sabiam de todo o esquema de corrupção montado na Petrobras. A reportagem cita depoimento do doleiro Alberto Yousseff à Polícia Federal, prestado na última terça-feira em Curitiba, no processo de delação premiada. Durante a tarde, também circularam pelas mesas comentários de que trackings de bancos e do próprio PSDB apontavam uma proximidade entre Aécio e Dilma – um cenário diferente do registrado tanto pelo Ibope quanto pelo Datafolha.
Nesse ambiente, os dados macroeconômicos voltaram a ficar em segundo plano. O resultado das transações correntes seguiu negativo em setembro, ao registrar um déficit de US$ 7,907 bilhões, de acordo com o Banco Central. O saldo negativo foi pior do que a mediana das projeções, de -US$ 7,3 bilhões. O déficit em conta corrente do mês passado é o pior para setembro desde o início da série histórica, realizada pelo Banco Central desde 1980. Os Investimentos Estrangeiros Direto (IED), por sua vez, somaram US$ 4,214 bilhões em setembro, acima da mediana encontrada pelo AE Projeções, de US$ 3,4 bilhões.