Economia

Juros caem perto de 30 pontos reagindo à eleição de Bolsonaro

Os juros futuros abriram em forte queda em reação à eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República. Nas taxas mais longas, o recuo chegou perto de 30 pontos-base, com o janeiro para 2025 perdendo 28 pontos-base.

O movimento se dá em linha com o dólar, em meio também ao recuo da moeda americana ante outras moedas emergentes e ligadas a commodities num dia de bom humor no exterior.

Na sexta-feira, a expectativa de que o Bolsonaro fosse eleito já fez com que as taxas futuras caíssem em bloco, sustentando a aposta de manutenção da Selic em 6,50% pelo Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira.

A curva de juro a termo precificava na sexta-feira 81% de chance de manutenção da taxa e 19% de possibilidade de aumento de 0,25 ponto porcentual, segundo cálculos a Quantitas Asset.

Passada a euforia, o mercado deve atentar agora para o plano de governo de Bolsonaro. No domingo, o economista Paulo Guedes, indicado para comandar o superministério da Economia, disse que o foco do governo será o controle de gastos.

Bolsonaro, por sua vez, sinalizou na sexta-feira que o Banco Central poderá não ter autonomia esperada para formar a sua equipe e que o Banco Central passará a adotar meta para a taxa de câmbio.

Em seu primeiro pronunciamento, no domingo à noite, o presidente eleito disse que o futuro governo terá condições de governabilidade.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que ele já teria apoio declarado de 12 dos 27 governadores e que sua base mais próxima na Câmara conta com 191 deputados. O número seria insuficiente para aprovar reformas econômicas, que exigem pelo menos 257 votos favoráveis.

Nesta segunda, a pesquisa Focus mostrou que as projeções do mercado para IPCA 2018 passaram de 4,44% para 4,43% e, para 2019, seguem em 4,22%. As estimativas para Selic permaneceram em 6,50% para 2018 e em 8,00% para 2019. A projeção para alta do PIB em 2018 passou de 1,34% para 1,36% e, para 2019, de 2,49% para 2,50%. Já as estimativas para câmbio em 2018 caíram de R$ 3,75 para R$ 3,71 e, para 2019, permaneceram em R$ 3,80.

A agenda da semana traz ainda o desempenho do setor público consolidado de setembro (nesta segunda, às 10h30); IGP-M de outubro e dados de emprego da Pnad Contínua (terça-feira); produção industrial de setembro e balança comercial de outubro (quinta-feira).

Mais cedo, foi divulgado que o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 0,9 ponto na passagem de setembro para outubro, para 88,3 pontos, na série com ajuste sazonal. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 0,3 ponto.

Às 9h51, o DI para janeiro de 2020 recuava a 7,22%, de 7,37% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2021 caía para 8,09%, de 8,25%, enquanto o vencimento para janeiro de 2023 caía para 9,15%, de 9,35%, e o DI para janeiro de 2025 caía para 9,70%, de 9,91% no ajuste anterior.

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