As taxas de juros tiveram um pregão de baixa nesta quarta-feira, 1, acompanhando o movimento do dólar, como costuma acontecer, e em meio à atuação do estrangeiro na ponta longa da curva. A melhora da percepção política contribuiu para o movimento, em dia de produção industrial apenas monitorada.
Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2015 (105.930 contratos) marcava 12,991%, ante 13,020% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (293.965 contratos) apontava 13,36% (mínima), de 13,50%. O DI para janeiro de 2017 (320.215 contratos) indicava 13,23%, também na mínima, ante 13,38% no ajuste da véspera. Por fim, o DI para janeiro de 2021 (166.990 contratos) projetava 12,76%, na mínima, de 12,94%.
Nos EUA, o juro da T-note de 10 anos recuava a 1,8634%, ante 1,930% no fim da tarde de ontem. O desempenho foi atribuído aos dados mais fracos do mercado privado de trabalho norte-americano, divulgado pela ADP. Foram criados no mês passado 189 mil postos, abaixo da previsão de abertura de 225 mil vagas. Na próxima sexta-feira serão divulgados os dados da payroll.
Já o dólar fechou em baixa sua terceira sessão consecutiva no Brasil, de 0,84%, a R$ 3,1730. O que pautou os investidores hoje, não só no dólar como nos DIs, foi a melhora do clima, um dia depois de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ter conseguido o adiamento da votação do projeto que obriga a regulamentação da troca do indexador da dívida dos Estados e também após o depoimento de Levy na CAE do Senado, ontem.
A presidente Dilma Rousseff, em entrevista à Bloomberg, seguiu o mantra de Levy e reforçou a defesa do ajuste fiscal. Ela afirmou que fará um corte robusto no orçamento em busca do superávit prometido para 2015, de 1,2% do PIB. Falou também sobre o câmbio. Segundo ela, o dólar se valoriza no Brasil seguindo o que acontece no mundo. “Eu posso assegurar que nós não faremos uma política de intervenção. Nós achamos que o câmbio flutua.”
O recuo das taxas também se deu em meio às expectativas de desaceleração de inflação e de resultado fiscal positivo. A atividade fraca segue no radar do investidor, que está devolvendo parte dos prêmios recentes, considerados exagerados.
Os dados da produção industrial, conhecidos hoje cedo, ficaram em segundo plano, assim como o IPC-S. Segundo o IBGE, a produção industrial brasileira caiu 0,9% em fevereiro na comparação com janeiro, na série com ajuste sazonal. A queda veio dentro das expectativas coletadas pelo AE Projeções (-2,50% a +0,40%) e foi menor que a mediana das estimativas (-1,70%). Em relação a igual mês de 2014, a indústria caiu 9,1%. Nesta comparação, as estimativas iam de retração de 7,63% a 12,10%, com mediana negativa de 10,45%.
E o IPC-S mostrou aceleração para 1,41% em março, na comparação com 0,97% registrado em fevereiro, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na terceira quadrissemana de março, o IPC-S havia subido 1,47%. O resultado anunciado hoje ficou abaixo da mediana das previsões (1,45%) calculada a partir das estimativas dos analistas do mercado (1,34% a 1,60%). Já o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 12,1% na passagem de fevereiro para março, na série com ajuste sazonal.