O avanço do dólar para acima dos R$ 3,1010 no balcão nesta sexta-feira, 19, contribuiu para a alta das taxas dos contratos futuros de juros. De modo geral, as taxas dos DIs dispararam pela manhã, após os números de inflação do IPCA-15. O movimento refletiu a percepção de que, se quiser conter os preços, o Banco Central precisará de fato continuar elevando a Selic (a taxa básica de juros).
Só que à tarde houve certa acomodação. Investidores eliminaram os exageros na curva, amparados inclusive pelos números do Caged: se o emprego vai mal, não haveria tanto espaço para uma inflação tão alta. Por conta disso, as taxas dos contratos com prazos curtos zeraram os ganhos, enquanto as longas ainda registraram avanço, apesar de mais contido.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI para outubro de 2015 marcava 14,000%, de 13,999% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 apontava 14,24%, de 14,23% na véspera. O DI para janeiro de 2017 mostrava 13,98%, de 13,93% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 indicava 12,75%, de 12,68% ontem.
A bateria de dados no Brasil foi negativa. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,99% em junho, ante 0,60% em maio e acima das previsões (+0,71% a +0,90%). O índice – uma espécie de prévia do índice oficial de inflação, o IPCA – foi o pior para meses de junho desde 1996.
O IBGE informou ainda que o emprego industrial caiu 0,9% em abril ante março, em mais um sinal de que a atividade não vai bem. Já o Banco central informou que seu índice de atividade, o IBC-Br, cedeu 0,84% em abril ante março, com ajuste, e caiu 3,13% em abril ante o mesmo mês do ano passado. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por sua vez, anunciou o fechamento de 115.599 postos de trabalho em maio.



