Economia

Juros curtos fecham em alta e longos, em baixa, com apostas para Copom e dólar

A semana começou com os juros futuros em alta nos vencimentos curtos e em queda nos prazos mais longos nesta segunda-feira, 18, de liquidez muito fraca. O baixo volume de negócios refletiu a ausência de muitos investidores por causa do feriado norte-americano em homenagem a Martin Luther King Jr. De todo modo, as taxas se movimentaram a partir da afinação das apostas para decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, 20, com a ajuda do alívio do câmbio no caso dos contratos longos.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI abril de 2016 projetava 14,720%, de 14,711% no ajuste de sexta-feira. O DI janeiro de 2017 passava de 15,545% no último ajuste para 15,600%. Nos mais longos, o DI janeiro de 2018 fechou estável em 16,31% e o DI janeiro de 2021 caiu de 16,55% para 16,46%. Segundo operadores, o mercado hoje movimentou um terço do volume padrão.

A precificação de alta de 0,50 ponto da Selic atual de 14,25% é amplamente majoritária na curva a termo, com cerca de 80% de possibilidade nesta tarde. Mesmo não descartando a chance de um avanço menor, de 0,25 ponto, ou mesmo de manutenção, o mercado vê mais sentido numa elevação de 0,50 ponto em função da franca deterioração das estimativas de inflação e dos recados do Banco Central de que atuará para recolocar a inflação na trajetória de convergência à meta de 4,5% até 2017. Pela manhã, a pesquisa Focus mostrou que a mediana das expectativas para o IPCA em 2016 subiu de 6,93% para 7,0% e para 2017, de 5,20% para 5,40%.

Além disso, os players veem com certa desconfiança a disposição do governo em relação à disciplina fiscal após sinalização do governo de que pretende usar os bancos públicos para fomentar o crédito. Nesta tarde, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, reiterou tal intenção. “O aumento do crédito em bancos estatais não prejudicará políticas monetária e fiscal”, disse ele a jornalistas, segundo a agência Dow Jones. Em meio à percepção de que o País possa estar sob a dominância fiscal, afirmou que a política monetária ainda funciona para combater a inflação. Barbosa viaja no início desta noite para a Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Como um aperto mais forte da Selic no curtíssimo prazo poderia dar alívio à inflação futura, os contratos longos registraram devolução de prêmios, alinhados ainda com o dólar em baixa. A moeda norte-americana era negociada em R$ 4,0321 (-0,40%) no segmento à vista, perto das 16h30.

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