Economia

Juros de longo prazo fecham em alta em dia de aversão a risco

A aversão a risco que se espalhou pelos mercados globais nesta terça-feira, 2, voltou a justificar a elevação das taxas de juros no mercado futuro, nos prazos intermediários e longos. As fortes quedas nos preços do petróleo e a alta do dólar para o patamar próximo dos R$ 4 interromperam os ajustes que vinham reduzindo prêmios na ponta longa da curva a termo. Já na ponta curta, as taxas ficaram próximas dos ajustes da véspera, com os investidores à espera de novos indicadores que possam sinalizar os próximos passos da política monetária nacional.

Pela manhã, os contratos de prazo mais curto chegaram a ceder, em resposta à divulgação dos dados da produção industrial brasileira, que caiu 8,3% em 2015 em relação ao ano anterior. Foi o pior resultado de toda a série da pesquisa industrial do IBGE, que traz dados anuais desde 2003. A retração da indústria reforçou as apostas na manutenção da taxa Selic neste ano, evidenciada ontem no Boletim Focus, devido ao seu possível efeito desinflacionário na economia.

Com pouco espaço para novas baixas, devido aos fortes ajustes desde a última reunião do Copom, a queda nos vencimentos curtos acabou sendo pontual, levando as taxas a oscilar perto da estabilidade. Segundo profissionais do mercado, as atenções devem se concentrar nos próximos indicadores econômicos nacionais e internacionais, de onde podem surgir pistas sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central. Hoje à noite, por exemplo, será divulgado o índice de gerentes de compras (PMI) da China em janeiro.

Em meio à aversão a risco e à busca dos investidores por ativos mais seguros, a queda generalizada dos juros dos títulos do Tesouro norte-americano levou a distância entre os rendimentos das T-notes de 2 anos e das T-notes de 10 anos ao menor nível desde janeiro de 2008. Às 16h38, os juros das T-notes de 2 anos recuavam a 0,7619%, enquanto os rendimentos das T-notes de 10 anos caíam a 1,8749%.

No cenário doméstico, o destaque da tarde ficou por conta da reabertura dos trabalhos no Congresso Nacional, cuja solenidade contou com discurso da presidente Dilma Rousseff. A presidente reforçou a necessidade de aprovação da CPMF e foi vaiada por parlamentares durante a leitura da mensagem de abertura do ano legislativo. “Não podemos prescindir de medidas temporárias como a aprovação da CPMF e da DRU”, disse.

Nos negócios na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2016 chegou ao final dos negócios no horário regular com taxa de 14,20%, ante 14,19% do ajuste de ontem. O vencimento de janeiro de 2017 ficou com taxa de 14,45%, de 14,40% da véspera. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 terminou projetando taxa de 15,89%, de 15,62%.

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