Economia

Juros deixam dólar de lado e têm nova sessão de queda

Em dia de resultado da produção industrial brasileira, os juros futuros apenas monitoraram os números e mantiveram a trajetória de baixa vista na véspera. Nem mesmo a inversão do sinal dólar para cima, no começo da tarde, interrompeu o movimento, que, no entanto, não teve arroubos na etapa vespertina.

No fechamento da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 tinha taxa de 14,245%, ante 14,249% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 projetava 15,35%, de 15,38%. O DI para janeiro de 2019 estava em 15,65%, de 15,83% ontem, e o contrato com vencimento em janeiro de 2021 tinha taxa de 15,52%, de 15,70% no ajuste anterior.

Pela manhã, a trajetória baixista do dólar influenciava no posicionamento da curva a termo de juros. Os dados da produção industrial, referentes ao mês de setembro, por sua vez, foram apenas observados, sem fazerem preço nas taxas.

Segundo o IBGE, a produção industrial recuou 1,3% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, resultado dentro do intervalo das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de queda de 0,40% a 2,00%, e melhor que a mediana de -1,45%. O resultado na comparação com setembro de 2014 também foi melhor do que a mediana de -11,30%, ao ficar em -10,9%. O intervalo, neste caso, ia de recuo de 9,10% a 13,40%.

Quando a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Janet Yellen, falou, no começo da tarde, e sinalizou que os juros podem mesmo começar a subir ainda neste ano, o dólar se estressou e passou a operar em alta.

As declarações da dirigente do Fed, no entanto, não influenciaram as taxas de juros. Prevaleceu a leitura dos investidores de que é preciso corrigir o exagero recente e de que o nível atual de juros no Brasil já comporta um aperto monetário nos EUA. Até há bem pouco tempo, o cenário estava bastante deteriorado diante de uma perspectiva fiscal ruim, somada ao temor de um segundo downgrade do Brasil com a perda do grau de investimento e também de olho numa alta de juros nos EUA. Tudo isso segue no radar, mas não se espera uma tempestade perfeita no curtíssimo prazo. A conferir.

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