Economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, disse que a instituição está trabalhando "sob alta incerteza", devido a uma série de fatores externos, como o fato de que a inflação varia muito entre os diversos países representados. Apesar da volatilidade do cenário, Lane defende que as taxas de juros precisam subir para que a inflação seja controlada.
Em entrevista ao <i>Financial Times<i> do dia 12 de janeiro, divulgado pelo site do BCE, Lane afirmou que a abordagem mais prudente para lidar com a economia na Europa é "observar as consequências do aperto econômico do ano passado", para assim definir melhor o quanto as taxas de juros devem aumentar.
"O que esperaríamos para os próximos meses é o impacto das altas de juros ocorridas no ano passado sobre o investimento e o consumo. Por sua vez, isso nos ajudará a decidir com que intensidade os aumentos das taxas de juros estão afetando a economia real e a dinâmica da inflação", comentou o economista.
Quando perguntado especificamente sobre onde a taxa de juros chegará no continente europeu, Lane respondeu que não tem como trabalhar com datas exatas no momento. Relembrando do quanto os preços de energia caíram em dezembro, devido aos eventos climáticos nas últimas semanas, Lane utilizou o caso como um exemplo da imprevisibilidade e um motivo pelo qual o BCE não pode cravar até onde as taxas terão de crescer.