As taxas dos Contratos Interfinanceiros (DI) continuam se ajustando para cima após a inesperada manutenção da Selic em 6,50% ao ano, ao passo que as apostas majoritárias dos investidores eram de queda para 6,25% ao ano.
O dólar forte no exterior e ante o real ajuda a impulsionar as taxas médias e longas às máximas. Na manhã desta sexta-feira, 18, a moeda americana registrou máxima no mercado à vista aos R$ 3,7505 (+1,38%), com investidores desafiando a estratégia do Banco Central para o câmbio.
O BC vendeu, mais cedo, a oferta adicional de 5 mil contratos de swap, que têm sido insuficiente para atender à demanda por hedge no mercado futuro.
Os agentes financeiros seguem atentos ao rendimento dos Treasuries – a taxa do T-Note 10 anos rondava os 3,09% há pouco, após tocar em 3,12% durante a madrugada na Ásia – e na volatilidade do petróleo.
Na renda fixa, os investidores monitoraram a alta do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para 1,20% na segunda prévia de maio, ante avanço de 0,40% na segunda prévia de abril. Com o resultado, o índice acumula aumentos de 3,28% no ano e de 4,08% em 12 meses. Um operador disse que o salto decorre possivelmente do repasse da alta do dólar aos preços.
Para 18 economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, no entanto, a despeito da surpresa com a decisão de deixar a taxa Selic em 6,50% na reunião desta semana, o início de aumento do juro se dará no primeiro semestre de 2019, enquanto 15 estimam que a elevação ocorrerá no segundo semestre.
Somente duas instituições acreditam o juro permanecendo no nível atual de 6,50% até o fim de 2019. O intervalo das 34 expectativas para a Selic no ano que vem está entre 6,5% e 9,0%. A próxima reunião do Copom será nos dias 19 e 20 de junho.
Às 9h57 desta sexta-feira, o DI para janeiro de 2019 indicava 6,70%, na máxima, de 6,601% no ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2021, mais negociado, indicava 8,930%, na máxima, de 8,67% no ajuste da véspera.