Economia

Juros fecham com viés de alta, de olho em julgamento e com cautela externa

Os juros futuros fecharam mais uma vez perto dos ajustes anteriores, com viés de alta nos principais contratos, mesmo o dólar tendo se firmado em leve baixa. Apesar do noticiário desta quinta-feira, 18, ter trazido algumas boas notícias no âmbito interno, as taxas voltaram a oscilar entre margens estreitas, com o mercado em compasso de espera pelo julgamento do ex-presidente da República Luiz Lula da Silva, pessimista sobre a aprovação da reforma da Previdência em fevereiro e monitorando o noticiário político, que tem sido negativo para o governo nos últimos dias. No exterior, o clima também é de cautela, diante da possibilidade da paralisação da máquina pública nos Estados Unidos a partir de sábado.

No fim da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 subia de 6,905% no ajuste de quarta para 6,915% e a do DI para janeiro de 2020, de 8,06% para 8,10%. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou em 8,94%, de 8,91%, e a do DI para janeiro de 2023, em 9,69%, de 9,68%.

O mercado começou o dia com boas notícias, como o crescimento de 6,9% do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2017 e a queda de 5% do preço do GLP de uso residencial anunciada pela Petrobras, mas ainda assim as taxas passaram a manhã em alta moderada, pressionadas pela depreciação do câmbio e pelas operações de proteção que o mercado costuma fazer antes do leilão de títulos prefixados do Tesouro.

No final da etapa matutina, o dólar passou a cair e renovou mínimas após a notícia de que o Tesouro reabriu a emissão do Global 2047, mas as taxas só ensaiaram alívio no começo da tarde, passado o leilão de títulos da dívida interna, quando zeraram a alta nos vencimentos longos e renovaram as mínimas. No meio da tarde, no entanto, devolveram o movimento, enquanto o dólar, que tinha voltado a subir, se firmou em queda.

“O mercado de juros hoje não está espelhando fundamento”, disse o sócio-gestor da LAIC-HFM , Vitor Carvalho, complementando que “na medida em que vai se aproximando o dia 24, o mercado vai colocando as barbas de molho”. Naquela data, o Tribunal Regional Federal (TRF-4) vai julgar o recurso de Lula contra sua condenação em primeira instância, e, a depender do placar, ele pode ficar impedido de concorrer às eleições.

Nos demais ativos, o dólar à vista oscilava em baixa, aos R$ 3,2117 (-0,06%) às 16h28. O Ibovespa, neste horário, recuava 0,77%, aos 80.564,00, afetado por um movimento de realização de lucros, pela cautela com a proximidade do julgamento de Lula e pelas perdas nos índices acionários em Nova York. O Dow Jones caía 0,39% e o S&P 500, 0,15%.

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